quinta-feira, 29 de setembro de 2011

TERRORISMO.

Terrorismo ainda é uma grande ameaça, afirma Secretário-Geral da ONU
28 de setembro de 2011 · Notícias - ONU

Em uma reunião realizada hoje (28/09) pelo Comitê Antiterrorismo (CTC, na sigla em inglês) do Conselho de Segurança, o Secretário-Geral da ONU Ban Ki-moon disse que, dez anos após os atentados de Nova York em 11 de setembro, o terrorismo ainda é uma grande ameaça. “Ataques têm consequências econômicas graves e causam grandes estragos para a estabilidade e a harmonia regional dos Estados”, declarou.
O Diretor Executivo do CTC, Mike Smith, observou que a comunidade internacional se tornou mais consciente da necessidade de tomar ações conjuntas contra o terrorismo. Ele ressaltou também a necessidade de tratar das condições sociais que são exploradas pelos terroristas para convencer jovens a apoiar suas causas.
“Nós passamos muito tempo estes dias discutindo com os países sobre o valor da adoção de uma estratégia nacional ampla para acabar com o terrorismo”, afirmou Smith, comentando que é preciso também estabelecer mecanismos que assegurem aos governos o entendimento de seus papeis na luta contra o terrorismo.
Em relação ao problema do incitamento, o Diretor Executivo ressaltou que o trabalho contra o terrorismo terá que envolver os atores que estão muito além do governo, como a sociedade civil, associações profissionais, acadêmicos, jornalistas, parlamentares, setor privado, professores e líderes religiosos. “Como fazer isso será um desafio, mas é um que todos nós precisamos superar”, completou.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

MALVINAS

“Esses recursos (petróleo das Malvinas) são apropriados ilegitimamente por quem não tem o menor direito sobre eles.” CRISTINA KIRCHNER  - PRESIDENTE DA ARGENTINA
COMPARAÇÃO  DO POTENCIAL  DAS RESERVAS DE PETRÓLEO  E GÁS.
MALVINAS   -   60 bilhões de barris.
PRÉ-SAL  -  10 bilhões de barris

"QUEREMOS AS ILHAS MALVINAS!" - Na ONU presidente argentina volta a cobrar que país reassuma o controle do território britânico.

A presidente da Argentina , Cristina Kirchner,voltou a cobrar do reino Unido o cumprimento da resolução da ONU que determina que os britânicos sentem com os Argentinos para dialogar sobre a soberania das Ilhas Malvinas – chamadas de Falkland pelos britânicos.Em discurso ontem na sede da ONU,Cristina destacou ainda que os recursos  pesqueiros e petrolíferos do terriitório que hoje são explorados pelo governo britânico deveriam pertencer aos argentinos.”Esses recursos foram apropriados ilegitimamente por quem não tem o menor direito sobre eles”,afirmou a presidente,que ameaçou cancelar vôos com destino às ilhas que tenham escala em solo argentino caso o Reino Unido não responda ao pedido  para conversar.
PETRÓLEO E GÁS.
A  disputa  entre argentina e Reino unido pelas Malvinas não é de hoje – os dois países já se enfrentaram  numa  guerra,em  1982,para disputar o território – mas ganhou novo desenho nas últimas semanas após a descoberta de mais de uma reserva de petróleo sob as águas dos arredores das ilhas.
Em 15 de setembro,a petrolífera Rockhopper Exploration informou ter descoberto uma reserva de cerca de 350 milhões de barris de óleo,cuja extração deve iniciar em 2016 e que,até 2018.poderá até produzir até 120 barris por dia.E há potencial para mais.O Serviço Britânico de Medições Geológicas estimou,no ano passado,60bilhões de barris o potencial das reservas de petróleo armazenadas sob as águas do território das Malvinas – o pré-sal brasileiro,por exemplo tem potencial de 10bilhões de barris.
É riqueza que,para o governo argentino,viria muito a calhar.O país,que chegou a ser auto-suficiente na produção de petróleo e gás nos anos de 1970 e 1980,hoje importa boa parte do que consome.”A soberania das ilhas Malvinas é uma prova de fogo  para a ONU.”Matéria publicada hoje dia 22/09/2011,quinta-feira no jornal “Brasil Econômico”.
Embaixador relaciona revoltas ao conflito Israel-Palestina
Bárbara Ladeia   (bladeia@brasileconomico.com.br) 21/09/11 08:29

"A paz entre Israel e Palestina teria criado uma nova condição no Oriente Médio"
 “Se Yitzhak Rabin não tivesse morrido, talvez não tivéssemos a Primavera Árabe”, opina o Embaixador do Reino Hashemita da Jordânia e Decano dos Embaixadores Árabes no Brasil, Ramez Goussous.
O ambiente político apropriado para a instalação da sequência de revoltas não seria o mesmo se o quinto primeiro-ministro do Estado de Israel não tivesse sido assassinado.
Essa é a opinião do Embaixador do Reino Hashemita da Jordânia e Decano dos Embaixadores Árabes no Brasil, Ramez Goussous, que esteve em São Paulo para seminário na Fundação Armando Álvares Penteado.
O representante da Jordânia no Brasil explica que a instabilidade proporcionada pelo conflito palestino-israelense foi fator crucial no processo iniciado na chamada Primavera Árabe.
Há alguma relação entre a Primavera Árabe e o conflito entre Israel e Palestina?
Somente uma condição conflituosa é capaz de criar um ambiente favorável a esse tipo de evento. Eu diria claramente que se Yitzhak Rabin não tivesse morrido, talvez não teríamos a Primavera Árabe. Ele vinha promovendo um processo de paz sólido.
A paz entre Israel e Palestina teria criado uma nova condição no Oriente Médio, pressionando os governos em toda a região a buscar avanços na sua forma de gestão. A própria população não aceitaria mais esse modelo antigo se houvesse avanço do outro lado.
O senhor acha que a desmilitarização da Palestina é uma opção para a paz na região?
Não acredito que seja algo relevante nesse momento. Há muitas outras preocupações de primeira necessidade atualmente, como a construção de uma paz sólida, não somente estabelecida pelos governos mas de fato presente.
Hoje é fundamental as partes sentarem à mesa de negociação e oficializarem um estado palestino. Não vejo a desmilitarização como algo de primeira necessidade.
Por que a região aceitou tantos anos de regimes ditatoriais por tanto tempo?
É uma pergunta que não sabemos responder. O fato é que as revoluções, especialmente na Síria, começaram como uma questão econômica.
Na Síria, por exemplo, eles queriam melhoras na economia. Foi o posicionamento truculento do governo que os colocou contra o regime e depois contra o ditador.atéria publicada  dia 21/09/2011 no jornal “Brasil Econômico”.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

NOVA ORDEM - Para acadêmicos,estado-nação está em xeque.

 O modelo de estado-nação não é mais suficiente para lidar com os problemas do mundo atual.è a avaliação de acadêmicos como Paulo Vicente,professor de estratégia da Fundação Dom Cabral,e Cristina Helena Pinto de Mello,da ESPM-SP.Para ele, o surgimento no cenário internacional de atores subnacionais,capazes de influenciar os rumos  da política internacional de um país,demandam um modelo em que ganham espaço mais acordos de parceria,que implicam menor soberania.”São necessárias instâncias supranacionais para lidar com problemas que são de mais um estado ao mesmo tempo”,afirma.É o caso do terrorismo e também do tráfico de drogas e de armas ,da lavagem de dinheiro,entre outros.”O arcabouço legal e institucional do estado nacional ficou ultrapassado”.Para  Cristina Helena,da ESPM,”o momento atual mostra os limites da globalização dados pelos limites geográficos que confinam poder e riqueza,e que são conhecidos como estado-nação”.Matéria publicada hoje dia 09/09/2011 no jornal "Brasil Econômico".

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

ENTENDA A MAIOR E MAIS SEVERA CRISE DE INSEGURANÇA ALIMENTAR DOS ÚLTIMOS 20 ANOS.

As Nações Unidas declararam uma epidemia de fome nas regiões de Bakool do Sul e Baixa Shabelle, no sul da Somália, em 20 de julho. Duas semanas depois, mais três regiões já haviam sido afetadas: Shabelle Central, Corredor de Afgoye e a capital, Mogadíscio. No dia 5 de setembro, a crise foi oficialmente anunciada também na costa sul do país.
Outras áreas do país podem ser atingidas pela crise nos próximos dois meses se não houver uma ampla intervenção humanitária. Para isto, são necessários 2,481 bilhões de dólares e, até o momento, os doadores disponibilizaram 1,034 bilhão. Dezenas de milhares de pessoas morreram e estimativas de agosto apontam que 750 mil podem padecer nos próximos quatro meses se não houver resposta adequada.
Quase metade da população – 3,7 milhões de pessoas – precisa de assistência humanitária. Isto representa um aumento de 35% desde o início do ano, quando havia 2,4 milhões de necessitados.
A pior seca dos últimos 60 anos agrava o sofrimento de um povo atingido também por conflitos. Os preços dos cereais alcançaram o nível mais elevado da história e algumas commodities subiram até 270%. No sul do país, o custo da cesta básica aumentou 50%.
Cerca de 13 milhões de pessoas carecem de ajuda em todo o Chifre da África e este número pode aumentar 25% em três ou quatro meses. Djibuti e Quênia também estão entre os países atingidos. Apesar de o maior número de necessitados estar na Etiópia – 4,7 milhões – a situação é especialmente difícil na Somália.
As Nações Unidas declaram epidemia de fome quando pelo menos 20% das famílias enfrentam escassez extrema de alimentos com limitada capacidade de reverter o quadro, as taxas de desnutrição aguda entre as crianças excedem 30% e mais de duas em 10 mil crianças morrem por dia.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

SPYMASTER 39 - ESPECIAL

SPYMASTER 39 - UM ESPIÃO DE BIN LADEN NA AMÉRICA - 2ª PARTE

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A CRISE POLÍTICA NO ORIENTE MÉDIO E NO NORTE DA ÁFRICA,UMA AVALIAÇÃO GEOESTRATÉGICA.

CMG (RM-1) MARCIO BONIFACIO MORAES
 
1- ANTECEDENTES
Passados quase seis meses do início da grande transformação política
ocorrida no Norte da África e em alguns países do Oriente Médio, movimento
esse que ficou sendo conhecido como “A primavera Árabe”, torna-se necessário
realizar uma atualização da conjuntura e fazer algumas considerações sobre
tema em questão.
O fato é que agora já existem alguns sinais de quem poderia se
beneficiar com esse movimento, uma vez que a “bandeira” inicial alegada que
era de transformar esses países em democracias, parece cada vez mais,
distante. O fato é que, sabidamente, esses povos nunca viveram uma
experiência democrática ao longo de suas histórias e as suas estruturas
políticas não estão preparadas para funcionar, dentro de uma conjuntura
democrática. O vácuo deixado pelos regimes totalitários está sendo,
paulatinamente, ocupado por outros líderes igualmente totalitários. Ademais, já
aparecem alguns indícios das ligações desses movimentos com grupos radicais
islâmicos que tentam tirar algum proveito da situação.
Passaremos, assim, a analisar os fatos significativos ocorridos em alguns países
onde ocorreram essas manifestações:
a) O EGITO
- A comunidade internacional já se preocupa com os rumos da revolução
no Egito. É desejo manifesto do Cairo de adotar uma política externa mais
independente. Isso se traduz em uma aproximação mais estreita com grupos
terroristas palestinos que utilizam seu território como base contra Israel. Assim,
os EUA já estão pensando em cortar a sua ajuda externa ao Egito.
- Outro sinal perturbador foi a passagem, no final de fevereiro, do
primeiro navio de guerra iraniano pelo Canal de Suez, dirigindo-se para o Mar
Mediterrâneo com destino à Síria em manobras militares. Esse fato nunca havia
ocorrido desde a Revolução Islâmica do Irã, em 1979.
- O novo chanceler egípcio, Nabil Elaraby, assegurou que seu governo
não tem a intenção de renunciar aos Acordos de paz de
o Egito e Israel, firmados em 1978. Mas, desde que assumiu, sua política
exterior ganhou independência tanto dos Estados Unidos quanto de Israel.
- No começo do mês de maio, o chanceler Elaraby anunciou, também,
após uma incomum reunião com diplomatas de alto escalão iranianos, que os
dois países “abriram uma nova página”. Desde então, o Cairo deixou claro que
tenta normalizar as relações com Teerã, algo que supõe um importante revés
para os esforços norte-americanos e israelenses destinados a isolar a República
Islâmica e forjar uma aliança de fato entre Israel, Egito e as monarquias sunitas
da Jordânia e do Golfo.
- Finalmente, cabe ressaltar que o Egito exerce uma grande influência
política na África e no Oriente Médio. As suas instituições intelectuais e
islâmicas estão no centro do desenvolvimento social e cultural da região. A sede
da Liga Árabe
dessa organização é um egípcio. Seu atual chefe, Amr Moussa é um forte
candidato às eleições presidenciais no Egito que ocorrerão em setembro. Ele foi
ministro das Relações Exteriores de Mubarak de 1991 até 2001, quando passou
a ser o secretário-geral da mencionada Liga. Amr é um seguidor da mesma
linha autocrática de Mubarak.
Camp David/USA entre1 encontra-se no Cairo e, tradicionalmente, o secretário-geral
b) A LÍBIA
O quadro politico na Líbia permanece indefinido, mesmo após a tomada
de Trípoli pelos rebeldes. O paradeiro de Gaddafi é incerto e alguns especulam
que ele já teria fugido da Líbia, acompanhado de familiares e de um número
reduzido de seguidores. Gaddafi ainda conta com um pequeno apoio de parte
de suas forças armadas, embora já tenham ocorrido muitos casos de deserção.
Os EUA acompanham de perto a evolução dos acontecimentos, uma vez
que dentre os rebeldes já foram identificados militantes da rede Al Qaeda. É
certo que Gaddafi não retornará mais ao poder e seu futuro permanece uma
incógnita. Parece difícil uma saída honrosa para ele, pois a opção de receber
asílo político no exterior é remota. Ele poderia ficar exilado em uma região da
própria Líbia aguardando seu julgamento, se não for morto até o final das
hostilidades.
1
Iêmen, representantes dos palestinos, Sudão, Líbia, Tunísia, Marrocos, Kuwait, Argélia, Bahrein,
Qatar, Omã, Emirados Árabes Unidos, Mauritânia, Somália e Djibuti.
Os países-membros da Liga Árabe são o Líbano, Egito, Iraque, Síria, Jordânia, Arábia Saudita,
c) A SÍRIA
O Atual presidente Bashar al-Assad se mantêm no poder, controlando as
Forças Armadas e promovendo um violento combate aos rebeldes. A Síria
sempre foi um estado policial com conceituadas e bem treinadas forças
armadas, pois tem como ameças permanentes Israel e o Líbano. Cabe ressaltar
que as tropas sírias abandonaram o Líbano em 2005, mas ainda consideram
esse país como um vassalo.
Cabe resssaltar ainda, a posição estratégica da Síria no Oriente Médio
(vide mapa). Ela tem uma grande fronteira com a Turquia e ainda permite um
acesso direto ao Mar Mediterrâneo e, consequentemente, a Europa.
2 - O IRÃ E A CRISE NO MUNDO ÁRABE
A presente crise no mundo árabe melhorou o status estratégico do Irã,
pois removeu o programa nuclear iraniano da atenção da comunidade
internacional. O aumento do preço do barril de petróleo também levou à erosão
a efetividade das sanções a ele impostas.
O governo do Irã acredita que a “onda islâmica” que está varrendo a
região, marca o início de um processo que terminará com a extinção do Estado
de Israel, e com os sionistas fugindo para seus países de origem. Depois que os
Estados Unidos derrubaram o regime iraquiano em 2003, o Irã sentiu-se
cercado. Agora, Teerã se vê a caminho de completar um "cerco" regional a
Israel - com o Hezbollah ao Norte e o Hamas ao Sul.
O colapso da antiga ordem árabe nos países sunitas moderados do
Oriente Médio é, pelo menos a curto ou médio prazo, é favorável a Teerã e
melhorou significativamente o status geoestratégico do país e sua habilidade de
promover um programa pan-islâmico xiita ambicioso.
O Irã está aproveitando a atual comoção no mundo árabe e a confusão
do Ocidente, para intensificar sua intervenção, influência e interferência nas
regiões que estavam anteriormente sob a influência dos Estados Unidos e do
Ocidente. Assim, ele deverá buscar e preencher o vazio resultante, servindo
como modelo
iranianos não são árabes e sim persas.
islâmico de oposição e independência. Cabe a ressalva de que os
3 – A TURQUIA E A CRISE NO MUNDO ÁRABE
FIGURA 3 – A TURQUIA
A República da Turquia, é um país euro-asiático que ocupa toda a
Península da Anatólia, no extremo ocidental da Ásia e se estende pela Trácia
Oriental (conhecida como Rumélia), no sudeste da Europa (vide mapa).
A localização da Turquia entre a Europa e a Ásia, dominando os estreitos
de Bósforo e Dardanelos (a única saída do Mar Negro) fazem o país
geoestrategicamente importante. A religião predominante na Turquia é o
Islamismo, com minorias de cristãos e de judeus. Os turcos não são árabes e
não devem ser confundidos como tal. A língua oficial é o turco, falado pela
esmagadora maioria da população. A segunda língua mais usada é o curdo
falada pela maior minoria do país, os curdos, que representam cerca de 18%
da população. As restantes minorias constituem entre 7 e 12% do povo.
Em razão de sua localização estratégica, sua pujante economia e suas
forças armadas (segundo país em efetivo militar na OTAN e com o orçamento
de 19 bilhões de US dolares), a Turquia é classificada como uma potência
regional.
O atual primeiro-ministro é o ex-prefeito de Istambul, Recep Tayyip
Erdogan membro do Partido da Justiça e da Liberdade (AKP), de tendência
conservadora e islamista moderada, que ganhou a maioria absoluta dos
assentos parlamentares nas eleições gerais de 2002. Desde então, a Turquia
vem se aproximando do mundo islâmico.
Atualmente, o país enfrenta uma crise em suas Forças Armadas devido a
uma suposta tentativa de golpe militar que teria sido planejada logo após a
posse de Erdogan. Assim, encontram-se presos e ainda aguardando
julgamento cerca de 250 generais, almirantes, e oficiais de outras patentes,
sendo que alguns deles permanecem em serviço. No final do mês de julho o
primeiro-ministro Erdogan exonerou todo alto comando das forças armadas
turco numa inequívoca prova de que ainda existe tensão entre o governo e os
militares.
As forças armadas turcas, ao que parece, perderam o poder e a
influênciua que sempre tiveram desde o fim do Império Otomano e a criação
da “Nova Turquia” por Mustafa Kemal Ataturk, ex-oficial do exército Otomano,
heroi nacional e o primeiro presidente da Turquia.
Existem, ainda, denúncias sobre a prisão de muitos jornalistas e que a
Turquia seria hoje, o país onde haveriam mais profissionais da imprensa
detidos, superando a China e o Irã.
Com referência aos recentes acontecimentos no Oriente Médio a Turquia,
até um passado próximo, mantinha uma posição de proximidade com o
governo da Líbia (o presidente Gaddafi recebeu em dezembro último na
Turquia, um prêmio internacional pela paz), com a Síria e com o Irã. Ela apoia
os movimentos palestinos do Hamas e do Hezbollah contra o Estado de Israel.
4- CONCLUSÃO
Gostaríamos de concluir esta breve Apreciação afirmando que no mundo
árabe não existe unidade e nem uma filosofia comum. O tribalismo é uma
realidade. Alguns estados árabes possuem profundas divergências entre si, não
obstante existam tentativas de uni-los por intermédio de alianças, conferências,
encontros e protestos. A hipocrisia é evidente. Todas as tentativas até hoje
feitas para unir os povos árabes falharam. A mais recente foi articulada pelo
então presidente do Egito Gamal Abdal Nasser quando, em 1958, criou a
República Árabe Unida (RAU), a "nação pan-Árabe", unindo o Egito e a Síria.
Essa aliança foi logo desfeita em 1961.
Assim, concluímos que é muito remota a possibilidade da união dos
povos árabes em torno de objetivos nacionais comuns e que passem a
representar uma ameaça concreta ao Ocidente.
Entretanto, os analistas de Inteligência Estratégica e demais interessados
nas questões árabes e do Oriente Médio devem voltar suas atenções para dois
países: o Irã e a Turquia. Eles são importantes atores na atual conjuntura e em
seus futuros desdobramentos.