Hospitais na Síria são usados como centro de tortura, afirma Navy Pillay na Assembleia Geral da ONU

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navy Pillay, descreveu hoje (13/02) durante a Assembleia Geral da ONU uma série de abusos recentes cometidos por forças do governo sírio no país. Desde o dia 3 de fevereiro, o governo tem usado tanques, morteiros, mísseis e artilharia contra a cidade de Homs, onde, segundo Pillay, a situação humanitária é “deplorável”. Ela teme que a brutal repressão aos dissidentes leve o país a uma guerra civil.

Um dos abusos descritos por Pillay diz respeito ao uso de hospitais como centros de detenção e tortura. “As ambulâncias são atacadas (…) detentos feridos foram submetidos à tortura e outras formas de maus-tratos em hospitais militares. As provas recolhidas indicam que os médicos e trabalhadores médicos foram perseguidos, presos e torturados pelas forças de segurança”.
Pillay também falou sobre uma provável campanha, organizada pelo governo sírio, para a prisão arbitrária em massa de ativistas e manifestantes. “Tenho incentivado o Conselho de Segurança a tratar este caso no Tribunal Penal Internacional. Todos os Estados-Membros devem garantir que estes crimes não fiquem impunes”.
Após a missão do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) em abril de 2011, o Conselho de Direitos Humanos estabeleceu uma Comissão de Inquérito Independente sobre a Síria. Em novembro do ano passado foi produzido o último relatório, que será atualizado em março de 2012.