sábado, 30 de junho de 2012

Número de palestinos afetados por expansão israelense cresce 87%, diz Relator da ONU
27 de junho de 2012 · Notícias - ONU

O Relator Especial da ONU sobre a Situação de Direitos Humanos nos Territórios Palestinos Ocupados, Richard Falk, alertou na quarta-feira (27/6) que o número de pessoas afetadas pela demolição de edifícios palestinos aumentou 87% em relação ao ano passado. “Este ano as autoridades israelenses demoliram mais de 330 estruturas palestinas, incluindo casas, abrigos de animais, cisternas de água e estradas “, disse o especialista, destacando que em 2012, no total, já foram deslocados 2.100 palestinos, a metade crianças.
Falk também pediu que o Governo de Israel pare imediatamente a demolição de casas palestinas e começe a cumprir sua obrigação de proteger o direito a habitação.
O especialista independente expressou preocupação especial em relação à comunidade palestina de Susiya, no sul da Cisjordânia. “Se as ordens de demolição programadas forem executadas por Israel, mais de 160 pessoas vão ser deslocadas à força, incluindo 120 crianças palestinas. É uma situação profundamente preocupante”.
Em 2 de Julho, o Relator Especial deverá apresentar seu relatório na vigésima sessão do Conselho de Direitos Humanos

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Nota: abertura de arquivos sigilosos no EMFA

Brasília, 29/06/2012 -
No curso de um levantamento realizado para atender as determinações da Lei nº 12.527/11 (Lei de Acesso à Informação), o Ministério da Defesa localizou em seu arquivo documentação sigilosa produzida ou acumulada entre 1946 a 1991 pelo extinto Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA).

O ministro da Defesa, Celso Amorim, informou o fato à Comissão da Verdade e, no último dia 8, encaminhou aviso ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, solicitando a constituição de um grupo de trabalho, para análise, inventário e recolhimento do acervo ao Arquivo Nacional, de modo a tornar possível sua consulta por qualquer cidadão.

O acervo inclui ampla comunicação administrativa (ofícios, memorandos, mensagens etc) trocada por autoridades militares e civis do governo brasileiro.  Inclui ainda relatórios sobre a conjuntura política nacional e internacional. Há também correspondências trocadas entre integrantes do governo e representantes de outros países sobre temas relacionados à defesa, segurança nacional e cooperação internacional.

A documentação está organizada em trinta e sete volumes encadernados classificados como sigilosos recebidos ou produzidos no EMFA, organismo extinto em 1999, após a criação do Ministério da Defesa. Há também 52 volumes de boletins reservados. Tornados ostensivos (abertos ao público) pelo decurso do tempo, os papéis tinham classificação de reservados a ultrassecretos.

A guarda definitiva dos volumes passa na data de hoje (29/06) ao Arquivo Nacional, que deverá tornar o acervo disponível para consulta pública após o prazo legal de 30 dias contados a partir da próxima segunda-feira (02/07), data em que o órgão publicará edital dando ciência pública do recolhimento do acervo.
Assessoria de Comunicação Social
Ministério da Defesa

CURSO - Grupo de Artilharia Antiaérea de Autodefesa treina militares do Exército Brasileiro
O Primeiro Grupo de Artilharia Antiaérea de Autodefesa (1º GAAAD) treinou 18 militares  do 3º Grupo de Artilharia Antiaérea (3º GAAAe) do Exército Brasileiro localizado na cidade de Caxias do Sul (RS). A instrução foi realizada entre os dias 18 e 20 de junho.
Divididos em três turmas, os militares receberam instruções teóricas e práticas sobre o Conjunto de Treinamento 9F663 e sobre o Simulador 9K859 (KONUS). Este foi o  primeiro contato com este tipo de simulador.
Na entrega dos certificados, o Tenente-Coronel de Infantaria José Roberto de Queiroz Oliveira, Comandante do 1º GAAAD, salientou a importância da cooperação entre as Forças Armadas, bem como do intercâmbio de conhecimento que este tipo de atividade proporciona.

Fonte: 1º GAAAD

Defesa terá R$ 1,527 bilhão do PAC Equipamentos

Brasília, 27/06/2012 – O Ministério da Defesa terá R$ 1,527 bilhão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Equipamentos. Os recursos serão para compra de 4.170 caminhões, 40 carros de combate Guarani e 30 veículos lançadores de mísseis Astros 2020. O repasse do dinheiro foi autorizado, hoje (27), por meio de Medida Provisória assinada pela presidenta Dilma Rousseff em cerimônia ocorrida no Palácio do Planalto. Este programa destinará R$ 8,43 bilhões em 2012 e tem por objetivo estimular a economia brasileira com a ampliação dos investimentos e  geração de emprego e renda.

A MP encaminhada ao Congresso Nacional libera R$ 6,611 bilhões do orçamento que estavam contingenciados. Os detalhes do PAC Equipamentos foram divulgados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao justificar que o governo federal toma tais medidas para estimular a economia nacional. De acordo com o ministro, em função da crise europeia, que tem efeitos imediatos na economia mundial, o governo toma “um conjunto de medidas para ampliar os investimentos, estimular a demanda, aumentar a confiança e acelerar o crescimento”.

Conjuntura econômica

Em discurso, a presidenta Dilma lembrou a conjuntura econômica conturbada pela qual o mundo atravessa e a comparou o momento econômico de 2008, iniciado no setor imobiliário dos Estados Unidos. Ela frisou que a crise do fim da década passada perdura e assume novas formas no momento atual.

“Agora, esse cenário nos preocupa, mas não nos amedronta. É importante ter consciência dele para evitar que nesse momento sejam feitas aventuras fiscais. Nenhum país do mundo, hoje, se permite uma política fiscal que não leve em conta, sobretudo, investimentos. Aventuras fiscais é a gente se comportar como se não estivesse acontecendo nada. Nós não nos amedrontamos, mas não podemos fingir que nada está acontecendo”, disse.

E para fazer frente ao momento atual, segundo destacou, o governo vem tomando medidas que incrementem o mercado interno. No discurso, Dilma Rousseff destacou também a importância do programa na destinação de recursos ao Ministério da Defesa para a compra de equipamentos para as Forças Armadas.

“Todas as compras que nós lançamos antes vão atender às necessidades do povo brasileiro. Eu vou citar: os ônibus para transporte escolar; os caminhões e veículos para as Forças Armadas, que têm de ser reequipadas, na medida em que cumprem um papel essencial; as ambulâncias para expandir o Samu; os caminhões e perfuratrizes para poços artesianos, facilitando o combate à seca; as retroescavadeiras, como eu disse, para manutenção das estradas vicinais; os mobiliários para as escolas públicas”, contou.

Compras da Defesa

O Ministério da Defesa receberá R$ 1,527 bilhão para equipamentos militares desenvolvidos a partir de projetos nacionais fabricados no Brasil. Deste total, R$ 342,4 milhões serão para a compra de 40 blindados Guarani. Como o Exército já tinha encomendado 21 unidades do tanque para este ano, o PAC Equipamentos permitirá que outros 19 Guarani sejam acrescidos à lista.

O plano também prevê R$ 246 milhões para adquirir 30 unidades do Veículo Lançador de Míssil – Astros 2020. Os R$ 939,6 milhões restantes serão para compra de 4.170 caminhões de diferentes tipos e modelos destinados ao transporte de tropas e de cargas, baú, basculante, pipa, combate a incêndio e de uso geral. Esses veículos se somarão aos 900 inicialmente previstos, totalizando encomenda de 5.070 caminhões em 2012.

Sobre os equipamentos:

Blindados - O Guarani é um projeto do Exército Brasileiro. Trata-se do primeiro modelo de uma família de blindados a ser produzida no país, em Minas Gerais, pela empresa Iveco. Esses carros de combate anfíbios sobre rodas substituirão, gradualmente, os atuais blindados utilizados pelo Exército (Urutu, Cascavel), que foram fabricados pela Engesa e estão com mais de 30 anos de utilização.

Astros 2020 - Trata-se de um sistema nacional de lançamento de foguetes e mísseis desenvolvido pelo Exército e fabricado pela empresa Avibrás, de São José dos Campos. Sucesso comercial, o lançador sobre rodas já foi exportado para vários países e vai aparelhar unidades de combate da artilharia do Exército. O 2020 é o modelo mais atual do lançador de foguetes terra-terra.

Benefícios - Os dois projetos (blindados e Astros 2020) são projetos estratégicos e estão em consonância com a Estratégia Nacional de Defesa (END). Deverão constar também no Plano de Articulação e Equipamento de Defesa (PAED), que está em fase de conclusão no Ministério e orientará as aquisições de equipamentos e produtos de defesa até 2030.

Ambos os projetos funcionarão como estímulo à inovação e à produção nacional de meios tecnologicamente avançados. Ou seja, têm o viés de promover efetividade da capacidade de defesa e também de impulsionar a competitividade da indústria nacional nos mercados interno e externo, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

A compra dos caminhões reforçará a mobilidade e a logística das Forças Armadas. Os veículos incrementarão a capacidade das Forças de atuar em situações dentro e fora do meio militar, tais como auxílio da população civil em catástrofes naturais (enchentes, secas etc).


Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Brasil e Itália reforçam cooperação em defesa e destacam programas prioritários

Brasília, 26/06/2012 –
Os ministros da Defesa do Brasil, Celso Amorim, e da Itália, Giampaolo Di Paola, reiteraram hoje o desejo de estreitar as relações de cooperação na área de defesa e promover o intercâmbio de experiências entre as Forças Armadas dos dois países.

Pela manhã, o ministro italiano foi recebido com honras militares (foto abaixo) na entrada do Ministério da Defesa (MD). Logo após, em reunião, Celso Amorim disse que a parceria entre Brasil e Itália já é antiga e precisa continuar. Ele expôs aos italianos projetos realizados conjuntamente com o país europeu e setores que podem gerar potenciais parcerias.

Amorim ressaltou que dentro do Plano de Articulação e Equipamento de Defesa (Paed), um dos projetos prioritários para a Marinha é o Programa de Obtenção de Meios de Superfície (Prosuper). A iniciativa prevê a aquisição de novos navios de superfície e abrange 11 embarcações (cinco fragatas, cinco escoltas e um super navio de apoio).

A Itália é um dos países que tem interesse em desenvolver embarcações para o Brasil. Nesse sentido, o ministro da Defesa italiano manifestou que a intenção do seu país não é comprar ou vender navios, “mas trabalhar junto” no desenvolvimento deles. Sobre esse assunto, o ministro brasileiro destacou que é importante haver essa transferência de tecnologia para aumentar a capacitação nacional.

Um dos assuntos tratados na reunião foi a histórica parceria entre os dois países no desenvolvimento do projeto dos jatos AMX, iniciado em 1980. Iniciativa bem-sucedida, o AMX foi fundamental para que a Embraer adquirisse capacitação para produção de aviões civis e militares. Foi ressaltado que é preciso continuar a cooperação ítalo-brasileira em logística no programa.

Os AMX brasileiros estão passando por um processo de modernização. Nessa semana, na terça-feira (19), a Força Aérea Brasileira (FAB) realizou o primeiro voo de um AMX modernizado. O fato aconteceu na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo.

No encontro, os ministros foram acompanhados por seus oficiais de Alto Comando. Pelo lado brasileiro estiveram presentes os comandantes da Marinha, almirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto; do Exército, general-de-exército Enzo Martins Peri; e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Aprígio Eduardo de Moura Azevedo (interino); além do chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general-de-exército José Carlos De Nardi. 

Troca de experiências

Celso Amorim mencionou a experiência do Brasil em operações de paz, como no Haiti, e disse que “é uma boa oportunidade de cooperação nessa área”. Sobre o país caribenho, o ministro brasileiro reforçou a ideia da retirada gradual das tropas. “Não é bom para nós nem para eles que façamos a segurança do Haiti para sempre.”

Também foi citado o trabalho realizado pelos militares brasileiros no Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), no Rio de Janeiro – responsável pelo treinamento das tropas. O ministro da Defesa brasileiro disse que seria interessante que os italianos conhecessem o centro e abriu as portas para um futuro intercâmbio entre oficiais dos dois países nessa área.

Giampaolo Di Paola, por sua vez, convidou os militares brasileiros a conhecer o trabalho de combate aos grupos de piratas realizado por eles no Oceano Índico. Sobre esse aspecto, Amorim lembrou que é importante para o Brasil ver como se dá uma operação naval em outro teatro e que as ações de pirataria já chagaram no Atlântico Sul, principalmente no Golfo da Guiné.

No que diz respeito às missões internacionais, Giampaolo Di Paola explicou que “a Itália está agora engajada em operações de paz”. O ministro destacou a experiência do país no comando da Força Interina das Nações Unidas no Líbano, a Unifil – a qual o Brasil participa com o comando da Força-Tarefa Marítima. O ministro italiano citou, também, as ações realizadas no Afeganistão, onde o país europeu mantém mais de 4 mil militares.


Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Estado Maior reforça a fronteira na tríplice fronteira
O general José Carlos De Nardi revelou que a Amazônia será a primeira a ter um Estado Maior Conjunto Regional
Durante a Ágata 4, o vice-presidente Michel Temer e o general-de-exército José Carlos De Nardi estiveram na Amazônia (Bruno Kelly - 14.03.2012)
A Amazônia é a região prioritária das Forças Armadas do Brasil. O general-de-exército José Carlos De Nardi, chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, sediado em Brasília, no Ministério da Defesa, disse que há um estudo para ser criado o Estado Maior Conjunto Regional, e que o primeiro deverá ser instalado na Amazônia.
A região é prioritária para a Presidência da República, tanto pelas suas riquezas minerais e ambientais, como pelo seu povo e o seu caráter estratégico de soberania nacional. O Estado Maior Conjunto Regional deve ser composto por oficiais de três estrelas: general-de-divisão, vice-almirante e major-brigadeiro.
Com esta medida, revelada com exclusividade para A Crítica, o Ministério da Defesa terá uma estrutura mobilizada permanentemente para executar o planejamento de todas as operações conjuntas das três forças na região mais importante do Brasil, sob o ponto de vista estratégico: a Amazônia.
Ágata 6
Atento a tudo que acontece na Amazônia, no que se refere às questões militares e de inteligência, o Ministério da Defesa já reservou recursos financeiros para a realização da Operação Conjunta Ágata 6, que deve acontecer entre os meses de setembro e outubro de 2012, na tríplice fronteira, entre o Brasil, o Peru e a Colômbia.
A próxima operação será a maior do gênero já realizada na região, superando a Ágata 4, que ocorreu entre 2 e 17 de maio de 2012 e reuniu 8.664 militares. Com o que há de mais avançado em equipamentos do Exército, Marinha, Aeronáutica e com a participação de dezenas de órgãos da União, como Polícia Federal, Ibama, Ministério da Justiça, Ministério do Meio Ambiente, Abin, entre outros, a operação vai ocupar a faixa de fronteira mais ‘quente’ do País.
Operações conjuntas
O Ministério da Defesa trabalha com o conceito de operações conjuntas em busca do adestramento das forças que constituem o eixo da defesa militar (Exército, Marinha e Aeronáutica). Os comandantes dessas forças, o general Enzo Peri, do Exército; o brigadeiro Juniti Saito, da Aeronáutica; e o almirante Júlio Souza de Moura Neto,  da Marinha, atuam ‘alinhados’ com o general De Nardi.
Todos sabem da importância das operações conjuntas em todo o território nacional, garante o general.  A próxima será a Ágata 5, realizada de 6 a 20 de agosto deste ano,  que atuará nas fronteiras do Brasil, Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai.
Reconhecimento
A Presidência da República, por meio do ministro de Defesa, Celso Amorim, informou ter conhecimento de que o Brasil vive um outro momento histórico, no que se refere a defesa de suas fronteiras.
Para ele, a comunicação, inteligência, operações conjuntas, tecnologia e o emprego de tropas altamente adestradas são fundamentais para a segurança da nação.
Não por acaso, o Ministério da Defesa dispõe de mais de R$ 34 milhões anuais para serem investidos nas operações Ágatas, por exemplo.
América do Sul isola Paraguai e pede volta da democracia
Federico Franco, novo presidente paraguaio, durante saída da catedral de Assunção.ASSUNÇÃO, 25 Jun (Reuters) - A América do Sul reforçou no domingo um cerco diplomático ao Paraguai que pode golpear a economia do país em protesto pelo impeachment do presidente Fernando Lugo, enquanto o novo governo que o substituiu tenta obter o reconhecimento da região.


A pressão dos países sul-americanos sobre o substituto de Lugo no poder, o ex-vice-presidente Federico Franco, aumentou com a decisão do Mercosul de suspender a participação do Paraguai de uma cúpula e com a interrupção do envio de petróleo da Venezuela, o maior fornecedor do Paraguai.
Venezuela, Argentina e Equador retiraram seus embaixadores do Paraguai após a destituição de Lugo em um julgamento político relâmpago no Congresso, que foi considerado na América do Sul como uma quebra da ordem institucional. O novo governo paraguaio nega com veemência a acusação.
O Brasil chamou o embaixador em Assunção de volta para consultas e uma alta fonte do governo brasileiro disse que há um consenso para aplicar sanções ao Paraguai e "transformar este novo governo em um pária".
Uruguai, Colômbia e Chile também chamaram seus embaixadores para consultas, mostrando seu mal-estar pela queda de Lugo.
O senador Miguel Abdón Saguier, aliado do novo presidente Franco, considerou "grave e arbitrária" a decisão do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de interromper o envio de petróleo e disse à Reuters que o novo governo resistirá a "está espécie de Tríplice Aliança do século 19", em alusão à guerra de 1870 em que os Exércitos de Brasil, Argentina e Uruguai devastaram o Paraguai.
A pressão da região é bastante perigosa para a pobre economia do Paraguai, que depende dos portos de seus vizinhos Argentina, Brasil e Uruguai para o transporte e o abastecimento, além das exportações.
O Paraguai também pode enfrentar sanções dos organismos regionais dos quais participa, como a União das Nações Sul-Americanas (Unasul).
Lugo, que foi deposto num impeachment, disse que o governo liderado por Franco é falso e que não vai colaborar com ele. Também anunciou que vai comparecer à reunião do Mercosul esta semana em Mendoza, na Argentina, para explicar a situação.
Os representantes do novo governo paraguaio não poderão comparecer, já que o Mercosul suspendeu a participação do país por considerar que foi quebrada a ordem institucional, segundo informou em nota a chancelaria da Argentina, que ocupa a presidência rotativa do bloco.
As ruas de Assunção estiveram semi desertas no domingo de sol de inverno, exceto em frente à sede do canal estatal de TV, onde manifestantes pediam a "restituição" de Lugo. O sossego que reinava na capital foi destacado pelo novo governo, que considera a mudança de comando totalmente legítima.
Muitos cidadãos expressaram indiferença com a situação política, apesar de alguns terem reprovado a forma como Lugo foi destituído, mas também sem poupar críticas ao ex-bispo católico.
"Lugo era um inútil, mas o Congresso foi uma piada, eram os sujos falando do imundo", disse Benjamín Aguayo, um estudante de 18 anos.
O Congresso paraguaio decidiu na última quinta-feira abrir processo de impeachment contra Lugo sob a acusação de que ele não teria cumprido adequadamente suas funções por conta de um episódio em que 17 sem-terras foram mortos num confronto com a polícia do país.
No dia seguinte, o Senado do país aprovou por ampla maioria a destituição de Lugo e deu posse ao então vice-presidente.
(Reportagem de Daniela Desantis, Guido Nejamkis e Didier Cristaldo, com reportagem adicional de Marianna Párraga e Juan Lagorio em Caracas, Brian Winter em São Paulo, Alexandra Valencia em Quito e Magdalena Morales em Buenos Aires)

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Quem é Franco

Liberal, Luis Federico Franco Gómez assumiu o posto de presidente do Paraguai após a deposição de Fernando Lugo em um processo de impeachment que começou na Câmara e foi referendado pelo Senado.
O Senado paraguaio aprovou, por volta das 17h30 (18h30 no horário de Brasília) desta sexta-feira (22), o impeachment do presidente Fernando Lugo. O julgamento durou cinco horas. Lugo foi deposto pelo Senado com 39 votos pela condenação, duas ausências e quatro votos pela sua absolvição.
Franco, que foi eleito como vice-presidente na chapa de Lugo em 2008, nasceu em 24 de julho de 1962 em Assunção e pertence ao Partido Liberal, conhecido pela sigla PLRA no Paraguai.
Franco teve uma divergência política com Lugo recentemente. Em fevereiro deste ano, Franco já havia apresentado sua pré-candidatura às eleições presidenciais do país, que, caso não houvesse o impeachment, ocorreriam daqui a dois meses.
Cirurgião por profissão, Franco é de uma família de políticos --seu irmão, Julio César Franco, é senador e um dos dirigntes do PLRA.

Ministro paraguaio compara impeachment de Lugo a golpe militar
Para Oscar Rivas, conflitos foram armados para desestabilizar governo.
Ministro do Meio Ambiente chefia delegação do país na Rio+20.
Do G1, no Rio
Na opinião do chefe da delegação paraguaia presente à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, o impeachment do presidente Fernando Lugo pode ser considerado um golpe de Estado. Oscar Rivas, ministro do Meio ambiente disse que o processo não tem “nenhum fundamento” e “que não há muita diferença” para uma ação militar.
“Os fundamentos para a destituição de um presidente deveriam ser fundamentos sérios. Ficou bem claro e demonstrado pela defesa, pelos advogados do nosso presidente que não fazia nenhum sentido o que estava acontecendo. Foi simplesmente uma destituição sumária por via parlamentar, disfarçada de um procedimento que se chama juízo político. O Paraguai não conhece um evento similar em sua história política”, afirmou Rivas.
O ministro acredita que os conflitos armados que deixaram 17 mortos em Curuguaty na semana passada tenham sido arquitetados pela oposição, “obviamente para desestabilizar o governo”. “Isso é claríssimo e, ademais, é perfeitamente comprovável”, acusou.
“Se fôssemos responsabilizar o presidente por causa das mortes, que, aliás, sentimos muito, acredito que há vários países que trocariam de presidente todos os dias”, completou.
Rivas agradeceu aos países vizinhos, membros da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), pelo envio de diplomatas para monitorar os acontecimentos políticos no país. Antonio Patriota, ministro das Relações Exteriores do Brasil, deixou a Rio+20 para participar da missão no Paraguai.
“Temos nove chanceleres da América Latina observando o que está acontecendo, e acredito que eles poderão dar o testemunho do mal que se fez, da ilegalidade, da ilegitimidade e do absurdo desse processo no Paraguai”, disse Rivas.
Segundo o ministro, Lugo ainda deve tentar alguma medida para se manter no cargo de presidente. “Existem alguns procedimentos legais que estão em andamento. Por exemplo, a apresentação da ilegalidade do processo que foi apresentada pela defesa”, apontou

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Rio + 20 – Quase três mil pessoas desembarcaram para Conferência da ONU


Autoridades de todos os continentes e chefes de vários países desembarcaram na Base Aérea do Galeão (BAGL) para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20). Nos últimos cinco dias, 69 voos oficiais chegaram à BAGL. Neles, vieram representantes de 56 países em 46 aeronaves. Já no Aeroporto Internacional Tom Jobim, chegaram 142 voos comerciais. Somando o Galeão e a Base Aérea, 193 delegações oficiais desembarcaram no Rio de Janeiro, com 2.794 integrantes das comitivas.
Ainda hoje, a previsão é que 20 chefes de estado passem pela BAGL. Entre os presidentes que já chegaram estão a da Argentina, Benin, Chile, Coréia do Sul, Cuba, França, Peru e Senegal. Também desembarcaram os primeiros-ministros da África do Sul, Austrália, China, Espanha, Etiópia, Índia, Indonésia, Suriname e Turquia. Ainda para esta quarta, está programada a chegada dos presidentes da Colômbia e dos primeiros-ministros da Costa do Marfim e da Rússia.
O dia de maior movimento de chegadas foi a terça-feira (19/06), quando chegaram 99 comitivas de participantes da Conferência. Na Base Aérea, as delegações desembarcam em três pontos diferentes da unidade. Em cada um deles, estão representantes da Força Aérea Brasileira (FAB), Polícia Federal, Infraero, Receita Federal, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro).
São mais de 100 profissionais de órgãos civis trabalhando com mais de 3.200 militares somente na Base Aérea. As ações em conjunto possibilitam que o tempo de desembarque de cada comitiva não ultrapasse 20 minutos. As equipes compostas por militares e integrantes de órgãos civis estão atuando 24 horas por dia. No total, mais de 6.500 militares da FAB estão envolvidos na Rio + 20.
Maiores bancos do mundo investirão 175 bilhões de dólares para a criação de sistemas de transporte sustentáveis
20 de junho de 2012 · Notícias - ONU


Os oito maiores bancos de desenvolvimento multilateral (MDBs, sigla em inglês) anunciaram hoje (20/6) que vão investir 175 bilhões de dólares para financiar sistemas de transporte mais sustentáveis na próxima década. A ideia é impulsionar o desenvolvimento econômico com eqüidade, proteger o ambiente e a saúde pública em todo o mundo em desenvolvimento. Os compromissos do Banco Asiático de Desenvolvimento, o Banco Mundial e outros seis MDBs foram firmados no início da Conferência Rio+20.
“Esses compromissos sem precedentes podem salvar centenas de milhares de vidas, limpando o ar nas cidades, tornando as estradas mais seguras, reduzindo os congestionamento e diminuindo o efeito nocivo dos transportes nas alterações climáticas. A ideia é criar uma maior eficiência no transporte de cargas e passageiros, estimulando o crescimento urbano e econômico sustentável”, disse Joan Clos, diretor executivo do ONU-HABITAT.
Os compromissos voluntários são resultado da campanha Parceria sobre Transportes Sustentável de Baixo Carbono (SloCaT, sigla em inglês).

Cúpula Rio+20 começa oficialmente com foco na economia verde

"Vinte anos depois, temos outra chance (...). Não a desperdiçaremos", pediu Ban Ki-moon.
Em torno de 191 membros da ONU e 86 líderes globais participam da conferência.
O evento ocorre 20 anos depois da Rio 92, na qual os países participantes concordaram em combater as mudanças climáticas, entre outros pontos.
"Estou satisfeito de que as negociações tenham chegado a uma conclusão satisfatória e cumprimento a Presidência do Brasil por facilitar esse resultado. Um acordo histórico está a nosso alcance", disse Ban Ki-moon.
"O mundo está nos observando para ver se as palavras se traduzem em ações, como sabemos que deve ocorrer. A Rio+20 não é um final, é um começo. É hora de que todos pensemos globalmente e a longo prazo, começando aqui no Rio, porque o tempo não está do nosso lado", completou.
"Não tenho dúvida de que estaremos à altura dos desafios que a situação global nos impõe", disse a presidente Dilma Rousseff, ao assumir a chefia da conferência.
O encontro começou com a exibição de um curta-metragem de três minutos chamado "Bem-Vindos à Antropocena", com imagens dramáticas sobre as mudanças no meio ambiente desde a Revolução Industrial.
Nesta quarta-feira, os principais bancos de desenvolvimento do planeta anunciaram, paralelamente ao evento, um pacote de 175 bilhões de dólares para apoiar o transporte sustentável em países em desenvolvimento.
"Estão aqui para salvar sua imagem ou nos salvar?", perguntou aos líderes globais Brittany Trifold, uma neozelandesa de 17 anos, que com uma mensagem aos líderes buscou alertá-los a tomar ações concretas que beneficiem a humanidade no longo prazo.
"Vocês já prometeram combater a pobreza, as mudanças climáticas. As multinacionais já prometeram compensar sua poluição. Essas promessas foram feitas e nosso futuro ainda está em perigo. Estamos cientes de que o tempo está acabando", disse a jovem, completando que os líderes mundiais têm "72 horas para decidir o destino de nossas crianças".
Cerca de 191 discursos devem ocorrer até a sexta-feira, quando os líderes encerrarão a conferência dando seu parecer sobre o documento de 53 páginas fechado pelos negociadores na terça-feira.
O rascunho propõe medidas para combater os problemas ambientais do planeta e tirar bilhões de pessoas da pobreza por meio de políticas que também preservem as fontes naturais.
Uma das questões mais polêmicas discutidas no documento são as medidas propostas para promover a economia verde e os "Objetivos do Desenvolvimento Sustentável" que devem substituir as Metas do Milênio da ONU após elas expirarem, em 2015.
Connie Hedegaard, comissária europeia para a Mudança Climática, disse que a Europa pediu um texto mais ambicioso.
"Acredito que muitos europeus, incluindo os ministros, a presidência, a comissão, brigaram por mais ambição, por mais compromissos, mais prazos", disse à AFP.
"Não conseguimos tudo o que queremos, mas buscamos progresso."
Ativistas de defesa do meio ambiente expressaram seu ceticismo em relação ao rascunho.
"Não há nada para as pessoas e o meio ambiente", disse à AFP Daniel Mittler, diretor do Greenpeace International.
Os líderes, incluindo o presidente francês, François Hollande, o presidente sul-africano, Jacob Zuma, e os primeiros-ministros da Índia, Manmohan Singh, e da China, Wen Jiabao, também participam da conferência.
Mas as ausências mais relevantes são do presidente americano, Barack Obama, do premiê britânico, David Cameron, e da chanceler alemã, Angela Merkel.

terça-feira, 19 de junho de 2012

CONFERÊNCIA DE DEPUTADOS FEDERAIS AO CAEPE-2012 No dia 14 de junho de 2012, nas dependências da Escola Superior de Guerra, os Deputados Federais Newton Lima Neto, Rubens Moreira Mendes Filho e José Ricardo Trípoli proferiram conferências para o Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia de 2012 (Turma Programa Antártico Brasileiro, PROANTAR).
A conferência do Deputado Federal Newton Lima Neto, Presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados
Recebidos pelo Comandante da ESG, General de Exército Túlio Cherem, os eventos ainda contaram com a presença do Chefe do Departamento de Estudos, Vice-Almirante Nelson Garrone Palma Velloso, do Diretor do CAEPE-2012, Contra-Almirante Carlos Henrique Silva Seixas, Oficiais Generais integrantes da direção da Escola, Membros do Corpo Permanente e do Corpo de Estagiários.
Após as conferências, os componentes da Turma PROANTAR tiveram a oportunidade de apresentar seus questionamentos aos conferencistas, enriquecendo substancialmente o conhecimento dos estagiários do CAEPE-2012, mormente, aspectos afetos aos campos de expressão política, econômica e psicossocial do Poder Nacional correlacionados aos dois relevantes temas de interesse para o curso.
, versou sobre o tema: "Política e Estratégias Nacionais para a Educação", enquanto que as conferências dos Deputados Federais Moreira Mendes (da bancada ruralista) e Ricardo Trípoli (da bancada ambientalista) ― conduzidas sob a forma de ponto e contraponto ― abordaram importantes aspectos afetos ao novo Código Florestal Brasileiro.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

MASSACRE EM RUANDA - PARA NUNCA MAIS SE ESQUECER

SHAKE HANDS WITH THE DEVIL

Kigali, a capital de Ruanda, é uma das cidades mais bem organizadas da África.

As ruas são asfaltadas. O tráfego é intenso, mas nem de longe se compara aos engarrafamentos de Luanda.

Os motoristas respeitam os sinais de trânsito. Bom, há sinais de trânsito e eles funcionam.

A polícia não pede propina na rua.

O principal idioma do país é o kinyarwanda, falado por toda a população. O inglês e o francês também são idiomas oficiais, mas é comum encontrar nas ruas de Kigali quem só fale inglês e não entenda nada de francês e vice-versa. Entre eles, vale mesmo o kinyarwanda.

Os ruandenses são muito simpáticos e ainda atravessam um longo processo de reconciliação.

Em 1994, Ruanda viveu um dos piores episódios da história da humanidade.

Num período de 90 dias, mais de um milhão de ruandenses da etnia tutsi e hutus considerados moderados foram assassinados com requintes de crueldade no episódio que ficou conhecido como o genocídio de Ruanda.

Tudo começou com a morte do presidente de Ruanda, Juvenal Habyarimana, da etnia hutu. O avião em que ele viajava foi abatido por um foguete quando se preparava para pousar no aeroporto de Kigali.

O atentado foi o sinal para o início do genocídio.

No dia seguinte ao acidente, milhares de tutsis começaram a ser mortos em todo o país.

Armados com machetes, facões, facas, pedaços de pau, armas ou qualquer objeto pontiagudo ou cortante, ruandenses da etnia hutu, insuflados pelos hutus que controlavam o governo, foram às ruas atrás dos tutsis e dos próprios hutus que adotavam uma postura de conciliação entre as duas etnias.

Talvez ainda leve tempo para se entender o que aconteceu em Ruanda.

O genocídio não foi praticado apenas pelas tropas do governo. Professores, médicos, funcionários públicos, cidadãos comuns da etnia hutu saíam às ruas todas as manhãs e passavam o dia à caça dos tutsis.

Tutsis que eram seus vizinhos, colegas de igreja, de trabalho, amigos de infância, pessoas com quem conviviam diariamente. Jogavam bola juntos, bebiam juntos, namoravam, casavam e tinham filhos.

Os tutsis fugiram das cidades e se refugiaram nos campos, nas florestas, nos pântanos na fronteira com o Congo. Deixaram tudo para trás. Empregos, casas, bens.

Todas as manhãs, os hutus se embrenhavam no mato, nas florestas, nos pântanos para matar os tutsis. Decepavam membros, estupravam as mulheres, jogavam bebês e crianças contra as árvores e paredes.

E voltavam no fim do dia com o espólio da barbárie. Dinheiro, jóias, roupas. As mulheres hutus entravam nas casas abandonadas dos tutsis para recolher o que havia.

O genocídio durou três meses. As tropas da ONU estacionadas no país foram incapazes de impedir os assassinatos.

O genocídio virou filme. Hotel Ruanda, baseado em fatos reais. O hotel que serviu como uma das locações está lá em Kigali. É o Hotel Des Milles Collines.

O título do post, Shake Hands with the Devil, é o nome do livro escrito pelo general canadense Roméo Dallaire, que comandou as forças da ONU em Ruanda entre julho de 1993 e setembro de 1994.

Em 18 de julho de 1994, o Exército Patriótico Ruandense entrou em Kigali e derrotou as forças do governo extremista Hutu.

Os números oficiais do genocídio são: mais de 300 mil órfãos, centenas de milhares de mulheres estupradas, mutiladas e infectadas com o vírus da Aids e todo o tecido social do país comprometido.

Ainda hoje, vários processos em Ruanda e no Tribunal Criminal Internacional para Ruanda, em Arusha (Tanzânia), buscam punir os responsáveis pelo genocídio.

Em Kigali, um Memorial do Genocídio foi construído para não deixar que o mundo esqueça das atrocidades cometidas e para não permitir que se repitam.

As imagens são chocantes. Numa das salas, diversos crânios de ruandenses massacrados estão expostos. Vários estão rachados, prova da violência dos golpes que provocaram a morte.

Há também ossos dos corpos que foram abandonados ao relento em todo o país.
Ossos das vítimas expostos no Memorial do Genocídio, em Kigali


E algumas das armas usadas nos massacres.

Hoje, Ruanda é um país próspero. A economia cresce a taxas anuais médias de 6% desde 2003.

Cerca de 80% da população trabalha em alguma atividade ligada à agricultura.

O governo quer mudar esse perfil e transformar o país num centro tecnológico e financeiro no coração da África. Para isso, investe pesado na educação dos ruandenses, principalmente em ciência da computação. O objetivo é que o país seja um produtor de softwares. Há um esforço enorme para atrair investimentos estrangeiros.

O turismo é outra área com grande potencial. Os gorilas que habitam suas montanhas e colinas (o mote de Ruanda é “O país das mil colinas”) atraem milhares de visitantes todos os anos.

Se você vier à África e tiver oportunidade, não deixe de conhecer Ruanda.

E se você for a Kigali, não pode ir embora sem visitar o Memorial do Genocídio.

Voltar Educação/Cultura Estudantes da Escola Superior de Guerra visitam o Centro de Biotecnologia da Amazônia

Estagiários da Escola Superior de Guerra visitam o Centro de Biotecnologia da Amazônia

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A turma autodenominada Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE – 2012), da Escola Superior de Guerra (ESG), conheceu, na tarde de sexta-feira, dia 1, o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), considerado pelos coordenadores do curso um projeto estratégico para o desenvolvimento da Amazônia.
A comitiva do CAEPE assistiu a uma palestra sobre o funcionamento e as áreas de atuação do CBA, proferida pelo assessor de gabinete da SUFRAMA, Elilde Menezes. A copaíba foi usada pelo palestrante como exemplo da importância do CBA. Enquanto o Brasil lidera com vantagem o número de pesquisas sobre essa planta amazônica, não está na lista dos dez principais países que patentearam produtos com a copaíba. “O CBA tem essa função essencial de fazer com que as pesquisas sobre a biodiversidade da Amazônia se tornem produtos que cheguem efetivamente ao mercado”, detalhou Menezes.
Na palestra, também foram destacados alguns projetos desenvolvidos pelo CBA, entre eles o de fibra natural de curauá, planta amazônica da mesma família do abacaxi (bromeliácea), de grande resistência e que pode substituir com vantagens a fibra de vidro utilizada em larga escala pela indústria termoplástica.  O carauá já é matéria-prima de alguns produtos hoje usados pela indústria automobilística.
O CAEPE 2012 conta com 86 estagiários oriundos das diversas regiões do Brasil, com representatividade significativa de diferentes setores da administração pública e da atividade privada, além de oficiais das Forças Armadas e de nações amigas (Alemanha, Estados Unidos da América, Guatemala e Nigéria). O objetivo deste curso do Ministério da Defesa é fazer os estudantes conhecerem a realidade das regiões do Brasil, estudar os problemas e sugerir soluções.

sábado, 16 de junho de 2012

Para que a placa nas Agulhas Negras?
15/06/12 07:40 | Ricardo Galuppo - Publisher do Brasil Econômico
Desnecessária, irrelevante e provocativa. Isso é o mínimo que se pode dizer da ideia da ministra Maria do Rosário, da Secretaria dos Direitos Humanos, de mandar colocar na Academia Militar das Agulhas Negras uma placa em homenagem ao cadete Márcio Lapoente da Silveira.
O militar morreu em 1990, numa atividade de treinamento, e existe a forte suspeita de que ele tenha sido vítima de tortura.
É uma morte lamentável - e, caso a circunstância tenha sido realmente essa, os responsáveis deveriam ser processados e punidos na forma da lei. A contribuição da ministra para a causa dos direitos humanos seria muito mais efetiva se ela concentrasse seus esforços em reabrir o inquérito (arquivado sem que se chegasse aos culpados).
O que a sociedade brasileira tem a ganhar com uma placa como essa, afixada no interior de uma instalação militar, à qual o cidadão comum não tem nem deveria ter acesso? A resposta é simples: a sociedade nada ganha.
Uma coisa é apurar crimes cometidos por agentes do Estado durante o regime militar - e, para isso, foi instalada a Comissão da Verdade. Outra, muito diferente, é a ideia de uma homenagem que (com todo respeito ao cadete que perdeu a vida e à sua família) não tem efeito prático na luta pela consolidação dos direitos humanos.
Mesmo porque a morte de Lapoente se deu sob regime democrático - e seus autores devem ser julgados e punidos de acordo com a lei em vigor. E não com base nos mesmos argumentos pelos quais os autores dos crimes cometidos na época do regime militar devem prestar contas à sociedade.
A ministra Maria do Rosário, assim como a própria presidente Dilma Rousseff e diversas autoridades desse e dos governos passados, faz parte da lista de brasileiros que sofreram as consequências mais cruéis do regime militar - mas que, como o passar do tempo, deixou de pertencer ao grupo dos derrotados e passou a integrar o dos vitoriosos. Não foram elas que mudaram de lado. Foi a história que se encarregou de conduzi-las ao novo lugar.
A democracia no país fica mais sólida a cada dia que passa, e não existe qualquer evidência de que algum militar tresloucado pense em retornar ao poder pela força da espada.
Se existisse, o fracasso seria certo. Ditaduras só se instalam sob condições específicas - e uma delas é o ambiente econômico atrasado e pouco diversificado, como o do Brasil de 1964.
Num lugar como a Venezuela, que depende quase integralmente de um único produto, é mais fácil implantar uma ditadura: quem controla o petróleo controla tudo. No Brasil, não é assim.
A economia é diversificada e o desenvolvimento industrial já se concentra mais em São Paulo, como acontecia meio século atrás. A única forma de governo que se adapta a uma diversidade econômica e cultural como a nossa é a democracia. Nesse cenário, as Forças Armadas são fundamentais. Ainda mais agora.
Com uma fonte de riqueza em alto-mar - como o petróleo do pré-sal -, o país terá que contar, obrigatoriamente, com uma Marinha de Guerra e uma Força Aérea bem treinadas e bem equipadas. Hostilizar as Forças Armadas pelo prazer de hostilizar é pura perda de tempo. Para dizer o mínimo.
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Ricardo Galuppo é Publisher do Brasil Econômico


ENTREVISTA COM DR. MARCELO SUANO SOBRE CORRUPÇÃO
(1)  Como pode ser interpretada a afirmação da Secretária de Estado dos EUA, Hilary Clinton, sobre estarmos caminhando bem acerca do combate à corrupção?
RESPOSTA: Há muitas questões que precisam ser tratadas. O melhor é dizer que estamos começando e há muito a caminhar, isto se não houver um retrocesso em breve e um trabalho gigantesco para tornar inócuas as Leis voltadas para a transparência. Inicialmente, HilLary fez o que se espera de uma responsável pela política externa e diplomacia de um país que busca aprofundar as aproximações e parcerias. Foi cortês, elogiosa e deu seguimento a uma proposta que teve origem com iniciativa dos dois governos, a qual, além disso, é essencial para a promoção da Democracia (vista da perspectiva ocidental), sendo ainda um ponto importante na política externa dos EUA, já que a promoção da Democracia está nos seus discursos e, onde houver regimes democráticos, maiores são as proximidades com os Estados Unidos. No discurso proferido pela Secretária norte-americana fica, contudo, transparente a crença em valores que são sagrados e claros para os estadunidenses, mas ainda não são completamente entendidos pelos brasileiros. Um deles é o papel da sociedade civil no combate à corrupção e no trabalho pela transparência. Lá, a Sociedade é efetiva neste aspecto. Ela se organiza, se associa, trabalha para tanto, reivindica, pressiona partidos, pressiona o governo, arrecada recursos, faz e forma candidatos políticos, cobra-os, destitui-os. Em síntese, lá, a Sociedade tem a Lei para permitir e, mais importante, para promover que a sociedade civil se organize e participe da governança, da fiscalização, bem como tenha condições de buscar meios materiais e financeiros para pressionar os tomadores de decisão a agirem de forma a responder aos anseios da própria sociedade. Não ocorre de forma perfeita, claro, havendo aproveitadores e distorções, mas há também um espaço real e concreto para tanto, bem como realizações constantes. É isso que significa a reivindicação de Hilary de que a sociedade civil esteja no controle da transparência dos governos. Ela, infelizmente, não consegue dimensionar que há grandes diferenças entre a sociedade civil norte-americana, que pode entender o que ela pede, e a brasileira, que não consegue entender sua declaração completamente. Nossa sociedade civil ainda está em gestação, por incrível que possa parecer. Por isso, ela reduz sua participação no combate à corrupção na denúncia dos atos criminosos dos políticos, jogando ainda a execução da fiscalização para a imprensa, que acaba sendo, se não o único fiscalizador, o que o faz de forma efetiva. Mais incrível ainda é atribuir ao governo também este papel, esperando que ele crie leis e órgãos para tanto, esquecendo que o governo, seja ele qual for,  é composto por personalidades investigáveis, as quais trabalham tanto pela transparência (quando são obrigados, com algumas exceções de líderes que realmente crêem neste princípio) quanto para impedir que ela se dirija a eles, principalmente se são eles os que fazem nascer a sua necessidade. No primeiro caso está certo caber a imprensa um papel de fiscalizador e denunciador, mas a imprensa tem uma parte do peso, já que não pode ir além de disseminar a verdade que descobre e fazer parte da pressão. Como o povo brasileiro se organiza pouco enquanto sociedade civil, ele acaba achando que seu papel fica restrito a saber quem presta e quem não presta para votar depois, esquecendo que os sistemas político e eleitoral que estão aí já são limitados, apodrecidos e corruptores, não adiantando muito escolher depois quem momentaneamente ficou de fora das descobertas feitas pela mídia, as quais, muitas vezes, servem apenas para afastar alguém de um cargo, mas não da política e, pior, não se consegue fazer o essencial: obrigá-los a restituir o que desviaram, ou puni-los adequadamente pelos crimes cometidos. Sendo assim, mais que dizer que evoluímos, ou nos tornamos um modelo a ser seguido, é melhor identificar o que está ocorrendo como uma situação em que o excesso está aparecendo por transbordamento. Assim, por questões de sobrevivência de uns líderes e estratégias de outros estão ocorrendo investigações, afastamentos de cargos e punições políticas, mas raramente jurídicas e criminais. No limite, estamos vivendo a situação tão comum na nossa história em que os que estão no poder e querem a manutenção do status quo em que vivem, acabam aceitando que se mude alguma coisa pontualmente, mas não estruturalmente, para que tudo permaneça como está. A pergunta chave é: quanto foi devolvido do que foi desviado já descoberto, denunciado e confirmado? E, quantos dos envolvidos estão presos? Como se pode ver, não estamos tão bem quanto entende a Secretária de Estado dos EUA.
(2)  Como está a situação da transparência no Brasil? O nível adiantado de transparência que a presidente Dilma declara é real?
RESPOSTA: Novamente, estamos no início. A presidente Dilma declarou o que tinha de declarar, pois é imediato que defenda seus atos e os potencialize. Neste ponto ela não difere de nenhum político e discursa em prol de suas conquistas, mesmo que ainda embrionárias, ou pequenas. No entanto, deve-se elogiar a aprovação da Lei de acesso a informações públicas, que foi publicada no Diário Oficial da União no dia 18 de novembro de 2011. É um passo gigantesco, mas ainda incompleto, talvez com distorções, e a discussão em torno do sigilo acabou sendo borrada pelas questões de direitos humanos, passado recente etc., devendo ter sido ressaltado que a Lei significaria a emergência da sociedade civil, passando-se então para a criação de condições que permitissem à sociedade se organizar adequadamente e trabalhar pela governança, independente dos partidos políticos e demais instituições políticas e estatais. Deve-se ressaltar ainda que isto é o início e não será surpresa que aconteça o que é tradição no Brasil: faz-se uma Lei; com ela aplaca-se a cólera do povo, ou acalma-se a oposição e não se dá recursos (materiais, financeiros, humanos, tecnológicos etc.) para a sua aplicação. Com isso temos mais uma Lei que se desgasta e cai no ridículo, apesar de ser essencial para a vida do povo e crescimento da sociedade. Falta disponibilizar os meios que permitam à sociedade atuar. Além disso, é essencial atuar sobre o judiciário que se politizou excessivamente nos últimos anos e tem necessitado receber luz sobre sua atuação. Dá mesma forma, sobre o Legislativo, que precisa ter não apenas transparência sobre os atos e gastos dos políticos, mas principalmente esclarecimentos para a população sobre a tramitação parlamentar e não adianta dizer que o página da Câmara e do Senado o fazem, pois dizem as regras da tramitação, mas não como elas são efetivamente operacionalizadas. Com relação a declaração de transparência feita pela Presidente, não se pode avaliar, pois a transparência não está vindo por iniciativa do Governo para fiscalizar os seus membros e iniciar a criação de uma nova estrutura política, um novo sistema político, mesmo porque ela não pode fazer isso, mas como conseqüência da pressão recebida após denúncias para afastar membros seus, feitas pela Imprensa que tem sido a grande instituição de defesa da democracia, da transparência e de combate à corrupção no Brasil. Destaque-se que os afastamentos que ocorreram foram por necessidade política e por sobrevivência, mas não por defesa da transparência. Deve-se contudo ressaltar que Dilma herdou um governo praticamente montado e tem uma enorme tarefa de reorganizá-lo, dando-lhe sua configuração específica sem incorrer no rompimento com sua base, partido e conseqüente isolamento, gerando ingovernabilidade. Discordo da alegação de transparência, mas não se pode discordar que ela (Dilma) tem tentado fazer neste aspecto mais do que foi feito nos últimos 20 anos, independentemente de isso ser consciente, ou não, voluntário, ou como último recurso.
(3)  Como se pode avaliar a percepção da população brasileira neste quesito?
RESPOSTA: Infelizmente, parece que a população brasileira pode estar se dividindo em 6 grupos: (I) os que percebem que há muita coisa errada e não sabe o que fazer; (II) os que não tem tempo para prestar atenção no que ocorre, pois sua preocupação é saber se estarão vivos amanhã, desgraçadamente são a maioria; (III) os que descobriram como participar do status quo e buscam estratégias de não perder o que conseguiram [independente de serem corruptos, cúmplices, ou omissos]; (IV) os iludidos; (V) os opositores que são oposição por falta de oportunidade de entrar na situação, bastando uma chance e viram para o grupo dos que descobriram como participar do staus quo; e (VI) os opositores que podem apenas gritar, pois sabem que o problema é estrutural e não tem capacidade de agir. Neste sentido, visto os resultados recentes de escândalos e afastamentos de políticos, mas não de punição ou restituição dos bens expropriados, pode-se dizer que está havendo a percepção de que as coisas estão mais difíceis, mas continua a impunidade. Logo, em contato com o povo, conversando, pesquisando e estudando percebe-se que, no limite, as pessoas vêem que os corruptos sabem que terão de trabalhar mais para não serem pegos, mas, se forem, não serão punidos, por isso não deixarão de arriscar. Os mais esclarecidos percebem que o problema é estrutural e não adiantará muito medidas pontuais se reformas estruturais não forem realizadas.
(4)  O brasileiro ainda se incomoda com os casos de corrupção? Ele está acostumado com esta realidade e já a considera normal?
RESPOSTA: Não, não se choca mais. A impunidade criou no brasileiro a sensação de que a realidade se divide entre quem tem força e quem não tem, podendo estar gerando um tipo de ser social sem valores de honestidade e justiça, ou pior, que concebe esses conceitos como sendo “o ponto de vista do mais forte”, quase a perspectiva de Trasímaco, no diálogo com Sócrates, escrito no Livro I, da República de Platão. Ou seja: a Justiça (logo, também a verdade, a honestidade etc.) é a visão e imposição da perspectiva do mais forte. O que explica, hoje, a maioria apenas quer fazer parte do que está aí, já que começa a achar que esta condição é a realidade, por isso, não é incorreta. O estudo da política já evoluiu o suficiente para saber que este tipo de visão gera a desagregação e destruição da sociedade. No mínimo a escravização de um povo. Talvez estejamos caminhando para este último ponto, vindo a escravização pela esquerda, ou pela direita, isto não é o relevante, mas sim a constatação de que se caminha para a perda da liberdade. Para comprovar como estamos nos inserindo na perspectiva de não mais nos chocarmos com a corrupção, em recente pesquisa realizada por um instituto brasileiro, que me escapa o nome e a data, foi constatado que a grande maioria dos entrevistados respondeu, mais ou menos assim: que se ocupasse um cargo de poder o usaria para obter benefícios individuais. Isto não quer dizer corrupção imediatamente, mas uma larga e asfaltada estrada em direção a ela. Em síntese, parece que a corrupção pode estar contaminando a alma do povo.
Estas respostas são a íntegra da entrevista concedida a jornalista Fernanda Dias, para o jornal on-line, “Opinião e Notícia” (http://opiniaoenoticia.com.br/quem-somos/)  sobre a Corrupção no Brasil, pegando o gancho das declarações da Hillary elogiando a Dilma. As perguntas foram adaptadas, mantendo o espírito das questões levantadas pela jornalista.