quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Venezuela denuncia garimpeiros brasileiros por massacre contra yanomami
A denúncia divulgada em nota da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia é baseada no relato de três sobreviventes que estavam na mata no momento do assassinato
Manaus, 29 de Agosto de 2012
ELAÍZE FARIAS

Denúncias dão conta sobre a matança de índios yanomami por garimpeiros do Brasil ocorrido em julho passado. (Euzivaldo Queiroz / AC)
Organizações indígenas da Venezuela denunciaram nesta terça-feira (28) a matança de índios yanomami por garimpeiros do Brasil ocorrido em julho passado.
A denúncia divulgada em nota é baseada no relato de três sobreviventes que estavam na mata no momento do assassinato e que se mudaram para uma comunidade chamada Parima entre os últimos dias 15 e 20 de agosto. O número de indígenas yanomami vítimas do massacre ainda é incerto.
A nota é assinada pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiam), que reúne 12 organizações da Amazônia venezuelana e que foi encaminhada pela Hutukara Associação Yanomami, que representa o povo indígena no território brasileiro. 
Conforme as organizações, a matança ocorreu em uma comunidade onde vivem aproximadamente 80 indígenas localizada nas cabeceiras do rio Ocami, região do Alto Orinoco, fronteira com o Brasil, no Estado venezuelano de Amazonas. A comunidade, segundo a nota, foi incendiada e os indígenas atacados com armas de fogo e explosivos. Uma mulher teria sido raptada pelos garimpeiros mas foi resgatada pelos indígenas.
A Coiam denuncia que a invasão de garimpeiros ilegais vindos do Brasil já ocorre há mais de quatro anos. Diz ainda os garimpeiros ameaçam os indígenas e poluem os rios com mercúrio.
As organizações indígenas venezuelanas pedem na nota que o governo daquele país conduza uma investigação urgente e adote uma ação bilateral com o governo brasileiro para controlar a entrar de garimpeiros nas terras indígenas yanomami.
A população yanomami ocupa os territórios da Venezuela e do Brasil (Roraima e Amazonas). A presença de garimpeiros também é constante nos territórios yanomami do Brasil, conforme vem denunciando há vários anos as lideranças indígenas.
Os yanomami já afirmaram, em diferentes momentos, em assembleias e por meio de notas, que sao contra a exploração de ouro em suas terras.

Processo na Colômbia pode produzir mini-cartéis da droga
FLÁVIA MARREIRO
DE SÃO PAULO
É provável que a negociação de paz com as Farc na Colômbia tenha como efeito colateral o surgimento de pequenas quadrilhas da droga. O problema será minimizado quanto mais bem sucedido for o processo.
A avaliação é de Adan Isacson, diretor do programa de Segurança Regional da ONG WOLA (Escritório em Washington para a América Latina, na sigla em inglês), que há 14 anos acompanha o conflito.
"Diria que a liderança das Farc vai ser capaz de entregar a maioria do grupo [em uma desmobilização]", disse ele à Folha, questionado sobre a capacidade de negociação dos chefes da guerrilha.
Segundo Isacson, é provável que, após um eventual acordo de paz, unidades das Farc se recusem a aceitá-lo e permaneçam em terreno como quadrilhas, tal como ocorreu no na desmobilização dos grupos paramilitares levada a cabo por Álvaro Uribe a partir de 2003.
Apelidados de "bacrim" -- bandos criminosos--, esses grupos remanescentes são responsáveis pelo recrudescimento da violência na Colômbia.
"Se o processo funcionar, o número desse tipo de 'unidade' [na desmobilização das Farc] deve ser minimizado", avalia.
Mas, ainda assim, uma "minoria significativa" deve optar por seguir com seus negócios com o narcotráfico, especialmente os que controlam os corredores de droga, e na mineração ilegal.
Segundo ele, os EUA apoiam a negociação, mesmo envolvendo Caracas. "Eles querem as Farc fora do cenário, e a negociação pode ser a maneira mais rápida para isso. O apoio deve ser discreto e nos bastidores, a não ser que Santos peça o contrário."

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

CURSO AVANÇADO DE DEFESA SUL-AMERICANO (CADSUL)

Amorim vê América do Sul hoje como uma região mais madura

Em aula magna na ESG, ministro da Defesa disse que “defesa e democracia se reforçam mutuamente” no subcontinente

Rio de Janeiro, 29/08/2012 – “Embora os processos políticos continuem a evoluir – e nem sempre de forma linear –, a América do Sul é hoje um continente politicamente mais maduro, no qual defesa e democracia se reforçam mutuamente”. Assim o ministro da Defesa, Celso Amorim, definiu como enxerga, hoje, o momento por que passa a região.


A afirmação foi feita durante aula magna do Curso Avançado de Defesa Sul-americano (CAD-Sul), promovido pela Escola Superior de Guerra (ESG). Com um público que inclui aproximadamente 30 estagiários de países vizinhos, o curso foi inaugurado nesta quarta-feira (29), na Urca, no Rio de Janeiro.

Segundo Amorim, a publicação do Livro Branco de Defesa Nacional, cuja versão preliminar foi entregue no mês passado ao Congresso Nacional brasileiro, é um entre vários exemplos que mostram que há mais transparência e democracia no subcontinente sul-americano.

“Iniciativas como essa, já corriqueiras em nossa região, suscitam o acompanhamento atento e crítico dos assuntos de defesa pela sociedade civil, fator imprescindível para políticas de defesa em sintonia com os interesses nacionais”.

De acordo com o ministro, “essa representatividade é exemplificada, no caso brasileiro, pelo sólido vínculo entre política de defesa e política de desenvolvimento, que orienta nossa estratégica nacional de defesa”.

Curso Avançado

Celso Amorim compareceu ao auditório da ESG para proferir a aula magna inaugural do curso promovido pela ESG. Ao todo, 27 estagiários da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela presenciaram a exposição.

Sob o título “Por uma identidade sul-americana em matéria de defesa”, o ministro iniciou a exposição ressaltando a importância do curso, que foi incluído no plano de ação para 2012 pelo Conselho de Defesa Sul-americano.

De acordo com ele, tal iniciativa “dá mais um passo significativo – ao lado de iniciativas como a criação do Centro de Estudos Estratégicos de Defesa – rumo à construção de uma identidade sul-americana em matéria de defesa.”

Nas próximas dez semanas – período de duração do curso – os alunos terão o que Amorim definiu como “uma visão dos contornos dessa identidade, pelo estudo da realidade de defesa sul-americana, pelo contato com autoridades da nossa região e pela visita a algumas das principais organizações brasileiras na área de defesa”.

Ao longo de sua exposição, o ministro da Defesa fez um relato sobre a importância da relação entre os países do continente sul-americano.
Amorim vê América do Sul hoje como uma região mais madura

Em aula magna na ESG, ministro da Defesa disse que “defesa e democracia se reforçam mutuamente” no subcontinente

Rio de Janeiro, 29/08/2012 – “Embora os processos políticos continuem a evoluir – e nem sempre de forma linear –, a América do Sul é hoje um continente politicamente mais maduro, no qual defesa e democracia se reforçam mutuamente”. Assim o ministro da Defesa, Celso Amorim, definiu como enxerga, hoje, o momento por que passa a região.


A afirmação foi feita durante aula magna do Curso Avançado de Defesa Sul-americano (CAD-Sul), promovido pela Escola Superior de Guerra (ESG). Com um público que inclui aproximadamente 30 estagiários de países vizinhos, o curso foi inaugurado nesta quarta-feira (29), na Urca, no Rio de Janeiro.

Segundo Amorim, a publicação do Livro Branco de Defesa Nacional, cuja versão preliminar foi entregue no mês passado ao Congresso Nacional brasileiro, é um entre vários exemplos que mostram que há mais transparência e democracia no subcontinente sul-americano.

“Iniciativas como essa, já corriqueiras em nossa região, suscitam o acompanhamento atento e crítico dos assuntos de defesa pela sociedade civil, fator imprescindível para políticas de defesa em sintonia com os interesses nacionais”.

De acordo com o ministro, “essa representatividade é exemplificada, no caso brasileiro, pelo sólido vínculo entre política de defesa e política de desenvolvimento, que orienta nossa estratégica nacional de defesa”.

Curso Avançado

Celso Amorim compareceu ao auditório da ESG para proferir a aula magna inaugural do curso promovido pela ESG. Ao todo, 27 estagiários da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela presenciaram a exposição.

Sob o título “Por uma identidade sul-americana em matéria de defesa”, o ministro iniciou a exposição ressaltando a importância do curso, que foi incluído no plano de ação para 2012 pelo Conselho de Defesa Sul-americano.

De acordo com ele, tal iniciativa “dá mais um passo significativo – ao lado de iniciativas como a criação do Centro de Estudos Estratégicos de Defesa – rumo à construção de uma identidade sul-americana em matéria de defesa.”

Nas próximas dez semanas – período de duração do curso – os alunos terão o que Amorim definiu como “uma visão dos contornos dessa identidade, pelo estudo da realidade de defesa sul-americana, pelo contato com autoridades da nossa região e pela visita a algumas das principais organizações brasileiras na área de defesa”.

Ao longo de sua exposição, o ministro da Defesa fez um relato sobre a importância da relação entre os países do continente sul-americano. “Falar em identidade regional em matéria de defesa é falar na grande maturidade de nossos países ao colocarem suas relações nesta área sabidamente sensível sob o signo da paz e da cooperação”, enfatizou.

Ele lembrou do ano 2000, quando se deu em Brasília a primeira cúpula dos chefes de Estado da América do Sul, oportunidade em que “um período surpreendentemente longo de afastamento começou a ser superado”. Amorim explicou que essa desconexão lançava suas raízes no passado colonial de nossas sociedades, tempos em que os “territórios ligados a uma ou outra metrópole mantinham entre si rivalidades exógenas, depois projetadas sobre a vida independente de nossas nações”.

Diploma

Após a palestra, o comandante da ESG, general Túlio Cherem, prestou homenagem ao ministro Amorim. O comandante agradeceu pelo apoio do Ministério da Defesa que, desse modo, permitiu a realização do curso. Em seguida, o general Cherem entregou um diploma ao ministro como forma de registro da participação como primeiro palestrante do CAD-Sul.

Além dos 27 estagiários, a palestra foi acompanhada pelo comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, do chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi, do subcomandante da ESG, vice-almirante Nelson Garrone Palma Velloso, e demais autoridades militares.

Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
Ele lembrou do ano 2000, quando se deu em Brasília a primeira cúpula dos chefes de Estado da América do Sul, oportunidade em que “um período surpreendentemente longo de afastamento começou a ser superado”. Amorim explicou que essa desconexão lançava suas raízes no passado colonial de nossas sociedades, tempos em que os “territórios ligados a uma ou outra metrópole mantinham entre si rivalidades exógenas, depois projetadas sobre a vida independente de nossas nações”.

Diploma

Após a palestra, o comandante da ESG, general Túlio Cherem, prestou homenagem ao ministro Amorim. O comandante agradeceu pelo apoio do Ministério da Defesa que, desse modo, permitiu a realização do curso. Em seguida, o general Cherem entregou um diploma ao ministro como forma de registro da participação como primeiro palestrante do CAD-Sul.

Além dos 27 estagiários, a palestra foi acompanhada pelo comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, do chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi, do subcomandante da ESG, vice-almirante Nelson Garrone Palma Velloso, e demais autoridades militares.

Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa

LIVRO

Bin Laden foi executado pelas tropas norte-americanas, revela oficial em livro
Autoridades dos EUA sustentam que houve confronto direto entre militares e o líder da Al Qaeda
Osama Bin Laden foi atingido por uma bala na cabeça quando olhou pela porta de seu quarto para o corredor na casa em Abbottabad, no Paquistão. O líder da Al Qaeda não portava nenhuma arma e no momento em que as tropas norte-americanas entraram no cômodo, já estava morto.

Estas são as revelações do livro “Não Há Dia Fácil: Um líder da Tropa de Elite Americana Conta Como Mataram Osama Bin Laden" escrito por um ex-oficial que participou da operação. O autor, que preferiu manter o anonimato sob um pseudônimo de Mark Owen, discorda da versão oficial de que Bin Laden foi morto depois de um tiroteio com as forças dos Estados Unidos e descreve uma cena de execução.

O livro será lançado na próxima terça-feira (04/09), mas a agência
Associated Press e o jornal norte-americano Huffington Post conseguiram adquirir cópias e divulgaram as informações. “A menos de cinco passos do topo da escada”, o ex-militar conta que escutou o som de tiros “Bop! Bop!”. As balas vinham de seu companheiro à frente, que estava liderando a tropa especial, e havia visto “um homem espiando pela porta”.

O corpo caiu para dentro do quarto e o grupo de operações especiais da Marinha seguiu em direção ao cômodo, relata o antigo oficial. Quando chegaram, avistaram Bin Laden deitado em uma poça de sangue com um buraco em sua testa e duas mulheres chorando em cima de seu corpo.

Owen conta que um dos agentes empurrou as mulheres para um canto e ele e outros oficiais balearam o líder terrorista. “Nós miramos em seu peito e atiramos diversas vezes. As balas o rasgaram, batendo seu corpo no chão até que ele ficou imóvel”, conta segundo o
Huffington Post.
 

De acordo com o livro, os militares norte-americanos encontraram depois duas armas guardadas sem munição e que não foram nem tocadas pelo terrorista. “Ele (Bin Laden) não tinha nem preparado uma defesa. Ele não tinha intenção de lutar”, afirma Owen citado pelo jornal britânico 
The Telegraph.

Esta não é a versão contada pelas autoridades norte-americanas, que sustentam que houve confronto direto entre os militares e o terrorista da Al Qaeda. Em discurso nacional logo após o fim da operação, o presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou em rede nacional que “depois de um tiroteio, eles mataram Osama bin Laden e guardaram seu corpo”.

A publicação do livro pode encontrar resistência do Pentágono, que possui uma regra contra a divulgação de informações sobre operações militares especiais. Segundo sua regulamentação, antigos oficiais e membros aposentados devem submeter o material para análise do órgão para “assegurar que as informações que eles pretendem divulgar para o público não comprometam a segurança nacional".

O porta-voz do Departamento de Defesa, o tenente James Gregory, disse que se o livro revelar informações secretas sobre a operação contra Bin Laden, o Pentágono enviará o caso para a Justiça.  "O autor não buscou nem apoio, nem aprovação da Marinha para este livro", assinalou ele segundo a 
Agência Efe.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Colômbia e Farc assinaram acordo para negociar paz, diz Telesur
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O governo da Colômbia e representantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) assinaram nesta segunda-feira em Cuba um acordo para iniciar negociações para a paz no país sul-americano, informoiu o canal de televisão Telesur, com sede em Caracas.
Caso confirmado, será o primeiro passo para o fim do conflito com o grupo insurgente, que começou há 50 anos. De acordo com a emissora, o conteúdo do acordo e a agenda temática das conversas serão revelados nas próximas semanas pelo governo do presidente Juan Manuel Santos.
Após a revelação, o governo colombiano confirmou que os detalhes serão revelados "em breve", sem especificar data.
A primeira reunião entre os membros do governo e da guerrilha está marcada para Oslo, na Noruega, em outubro, e terá a participação de representantes de Cuba, Venezuela e Noruega. Um novo encontro será marcado em Havana, onde serão discutidos os detalhes para um pacto de paz.
Segundo a Telesur, os representantes das Farc que participam do acordo são o comandante Mauricio, que comanda a guerrilha após a morte de Jorge Briceño. Por parte do governo, entraram o conselheiro de Segurança Sergio Jaramillo, o ministro do Meio Ambiente, Frank Pearl, e Enrique Santos, irmão do presidente.
Em 2011, o chefe máximo das Farc, Alfonso Cano, anunciou o desejo do grupo armado de começar diálogos de paz com o governo, em um vídeo publicado pela imprensa local.
Ele lembrou que Santos "prometeu deixar para trás os ódios que caracterizaram os oito anos do governo anterior", em referência ao ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010).
ATAQUE
Apesar dos rumores das negociações de paz, os ataques à população civil continuam na Colômbia. Na noite de domingo, seis pessoas morreram no domingo na explosão de uma bomba transportada em um táxi num povoado do sudeste da Colômbia. O governo atribuiu a ação às Farc.
A explosão, registrada no município de Vista Hermosa, no Departamento de Meta, 200 quilômetros a sudeste de Bogotá.
"Esses terroristas continuam demonstrando sua fraqueza e covardia. Lá em Vista Hermosa fizeram explodir (uma bomba), quem sabe se por acidente, porque estavam transportando esses explosivos, ou por estarem tentando amedrontar alguém", disse Pinzón.
O ministro afirmou que essas ações são "delitos de lesa humanidade" e que "não têm nenhum perdão, em nenhuma legislação, em nenhuma parte do mundo".
Embora as Farc estejam debilitadas por uma ofensiva militar apoiada pelos EUA, na qual foram mortos vários de seus comandantes e milhares de combatentes desertaram, o grupo ainda mantém capacidade de cometer ataques de grande impacto, até mesmo em grandes centros urbanos.

Posted: 23 Aug 2012 10:59 AM PDT
O Brasil está importando da Espanha tecnologia de guerra para montar sua própria indústria de defesa.
A transferência de know-how e equipamentos virá com a construção de dois centros de treinamento e simulação de tiros e conflitos por uma empresa espanhola para o Exército.
A meta é preparar os militares, que hoje treinam abaixo da capacidade, para guerras tradicionais, uma preocupação que surgiu com recentes descobertas de campos de petróleo e o interesse crescente de investidores estrangeiros, segundo disseram à Folha integrantes das Forças Armadas.
Os centros de treinamento, construídos por uma empresa espanhola ao custo de R$ 13 milhões, funcionarão em Resende (RJ) e Santa Maria (RS) e começam a operar no início de 2014.
Neles, o Exército poderá simular todos os tipos de disparos, de revólver a canhão, e em qualquer tipo de cenário, criado virtualmente. É um treinamento ainda inédito no país e o primeiro a integrar todos os tipos de artilharia.
Os disparos serão todos a laser, o que vai baixar a zero o custo para o treino de tiros. Hoje, o orçamento médio anual do Exército para munições é de R$ 49 milhões. Disparar apenas uma granada custa mais de R$ 500.
“Na minha época, um grupo de artilharia disparava 600, 700 tiros ao ano em treinamento. Agora, não passa de 60″, disse o general do Exército Antonio Mourão, responsável pelo contrato.
A partir de 2014, os soldados brasileiros poderão fazer até 50 mil disparos virtuais. Também poderão simular combates individuais, com uma mochila com GPS que emite um sinal sonoro quando o soldado é atingido por um tiro a laser e ainda contabiliza o número de disparos realizados, munição disponível e capacidade para continuar no combate depois de atingido.
“Atualmente, centros de treinamento disparam muito menos do que deveriam, por falta de dinheiro e por estar em zonas de conflito, como no Rio”, completou o general do Exército Fernando Vasconcellos.
Ambos estiveram em Madri para conhecer o andamento do projeto e as instalações da empresa que construirá os centros, a Tecnobit.
Desde o ano passado, há 12 militares na Espanha para aprender o funcionamento do centro de treinamento.
No centro de treinamento que a empresa construiu para o Exército espanhol, em Madri, militares são preparados para integrar a tropa espanhola no Afeganistão. O local reproduz a geografia do país e a dinâmica de possíveis enfrentamentos nele.
HAITI
No caso do Brasil, os cenários mais usados serão o de guerras tradicionais, mas os dois centros também vão simular operações no Haiti, ocupações em favelas cariocas e vigilância das fronteiras.
“Mas o foco será em guerras convencionais. Embora seja hoje improvável, as Forças Armadas têm de estar preparadas”, disse o general Mourão, que conheceu o modelo de treinamento virtual em 2000 e desde então vinha tentando convencer o Ministério da Defesa a construí-lo.
Em 2010, o governo liberou verba, e uma licitação foi feita, na qual a espanhola Tecnobit saiu vencedora.
“O projeto é bom para o Brasil porque são métodos de treinamento realistas, flexíveis e complexos e sem danos ao ambiente e custos adicionais, por serem virtuais”, disse o diretor da Tecnobit América, Carlos Hernández.
Além de construir os centros, a espanhola vai transferir toda a tecnologia do funcionamento deles e de construção dos equipamentos para o Brasil.
Com o know-how em mãos, o Brasil pretende exportar o modelo para países da América Latina. Equador e Paraguai já estão interessados, de acordo com o Exército.


sábado, 25 de agosto de 2012

Militares recebem alerta após livro sobre Bin Laden
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Após serem surpreendidas pelo anúncio do lançamento de um livro sobre a operação que matou Osama bin Laden em 2011, escrito por um ex-militar que participou da ação, as Forças Armadas americanas alertaram seus homens sobre as consequências de futuros vazamentos.
Em e-mail enviado aos integrantes das Forças Especiais da Marinha (conhecidas sob a sigla em inglês Seal), o comandante Bill McRaven, disse que militares --da ativa ou não-- podem responder judicialmente pela divulgação de dados sigilosos.

"Vamos buscar todas as opções possíveis para fazer com que os membros sejam responsabilizados, incluindo, se for o caso, um processo criminal", disse McRaven, que comandou a ação contra Bin Laden. O trecho da carta foi divulgado pela Associated Press.
Ainda segundo o comunicado, o comandante diz que os ex-militares podem "advogar por causas" e até "escrever livros sobre suas aventuras", mas não falar em nome de todos os membros das Forças Especiais ou colocar em risco as tropas ao narrar detalhes confidenciais.
O autor do livro "No Easy Day" (que no Brasil será publicado pela Editora Paralela como "Não há dia fácil") assina sob o pseudônimo de Mark Owen, mas foi identificado pela Fox News como Matt Bissonnette, 36. Ele teria deixado a Marinha há um ano.
Após a divulgação do nome, simpatizantes da Al Qaeda chegaram a postar, em blogs jihadistas, fotos de Bissonnette com ameaças ao ex-militar, em resposta à morte de Osama bin Laden.
A obra será lançada em 11 de setembro, primeiro em formato digital. A edição impressa, com 264 páginas, deve sair no fim de setembro.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Visita de nova embarcação da Marinha a portos africanos evidencia importância estratégica do Atlântico Sul

Brasília, 23/08/2012 – O navio-patrulha oceânico “Amazonas”, adquirido pela Marinha do Brasil junto à multinacional BAE Systems, ancorou nesta quinta-feira no porto africano de Mindelo, em Cabo Verde. Trata-se da primeira parada da embarcação no continente africano desde que partiu do porto de Plymouth, na Inglaterra, no dia 8 de agosto.

O “Amazonas” é o primeiro dos três novos navios de 2 mil toneladas comprados pela Marinha do Brasil, em dezembro do ano passado. O destino final é o Rio de Janeiro, onde a embarcação integrará oficialmente a frota da Marinha.

A visita do navio-patrulha a portos africanos atende a interesses estratégicos do Brasil no Atlântico Sul. Segundo o ministro da Defesa, Celso Amorim, a orla atlântica da África é espaço prioritário de cooperação. A parceria na região envolve tanto projetos ligados ao desenvolvimento, como o levantamento de plataformas continentais, quanto atividades de repressão da criminalidade e da pirataria em áreas relativamente próximas de águas jurisdicionais brasileiras.

Na avaliação de Celso Amorim, uma maior aproximação do Brasil permitirá a intensificação da cooperação bilateral com os países daquele continente, em especial na África Ocidental, aumentando o potencial de ganhos conjuntos com os países vizinhos do Atlântico.

Questões de segurança também tornam a área importante do ponto de vista estratégico. Entre elas, o interesse brasileiro em tornar o Atlântico Sul livre de armas nucleares e de rivalidades militares. O uso pacífico do oceano, associado à ampliação estratégica do tráfego marítimo, poderão fazer da cooperação entre o Brasil e seus parceiros africanos uma ferramenta para garantir que o Atlântico Sul siga como uma via segura de comércio.

O trajeto do navio-patrulha “Amazonas” até o Rio de Janeiro deve ser concluído na primeira semana de outubro. No continente africano, a embarcação passará, além de Mindelo, pelos portos de Cotonou, em Benim, e Lagos, na Nigéria, além de São Tomé, em São Tomé e Príncipe, país insular localizado a cerca de 300 km da costa Ocidental da África.

Segundo a Marinha, o “Amazonas” entra em operação imediata após seu recebimento. Outras duas embarcações adquiridas junto à BAE Systems – os navios-patrulha “Apa” e “Araguari”, que também receberam nomes de importantes rios brasileiros – serão incorporadas à força naval brasileira até o final de 2013.

Assessoria de Comunicação Social (Ascom)

Ministério da Defesa

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

AFEGANISTÃO

INSURGENTES ATINGEM AVIÃO USADO PELO CHEFE DO ESTADO –MAIOR DO EXÉRCITO AMERICANO

O  general Martin dempsey chegou ao país na segunda-feira em um avião de transporte C-17 que estava estacionado em uma base aérea de Bagram,ao norte de Cabul,quando dois foguetes atingiram o local na noite de segunda-feira,ferindo levemente dois funcionários terrestres.”Ele não estava nem perto do avião”,afirmou o porta-voz da OTAN coronel Thomas Collins.estilhaços dos foguetes também danificaram um helicóptero.REUTERS
O novo “efeito Orloff”
22/08/12 07:35 | Rodrigo Sias - Economista do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Na década de 80, havia um comercial de TV interessante no qual um homem enfrentava uma ressaca, pois não bebera a vodca Orloff. Paralelamente o mesmo indivíduo aparecia na tela sem problemas após ter bebido a citada vodca.
"Eu sou você amanhã", dizia a linha final do comercial. A mensagem fez surgir o que se convencionou a chamar de "Efeito Orloff" em alusão aos diversos planos econômicos que eram postos em prática na Argentina e depois eram copiados no Brasil naquela década.
Olhando a história dos dois países desde os anos 1940, vemos, no entanto, que a trajetória mimética não se reduziu aos planos econômicos.
Ambos os países tiveram suas ditaduras personalistas - Peron e Vargas - conviveram com um populismo com viés comunista logo interrompido por regimes militares e passaram a sofrer da "paranoia terceiro-mundista".
Nos 1980, os dois vizinhos tiveram sua "década perdida" e editaram os principais planos gêmeos - o "Austral" argentino e o "Cruzado" brasileiro para combater as respectivas hiperinflações, mas foram igualmente fracassados.
Já na década de 1990, iniciaram sua onda de privatizações e finalmente estabilizaram suas economias utilizando âncoras cambiais. Se as histórias são parecidas, a diferença é que na Argentina, tudo é mais radical.
Enquanto no Brasil a euforia com o Plano Real seguiu-se de uma maxidesvalorização cambial que trouxe recessão, na Argentina, o fim da conversibilidade do Plano Cavallo produziu uma gravíssima depressão.
Se o regime militar brasileiro construiu nossa infraestrutura e sofisticou a economia apesar da "crise da dívida", os militares argentinos escolheram embarcar em uma aventura militar que lançou o país no caos. Enquanto o Brasil vivia os "anos dourados" de JK, a Argentina gravitava em torno do peronismo.
Enquanto Getúlio lançou as bases para a industrialização ao mesmo tempo em que criou leis trabalhistas engessadas, Perón foi muito além criando um gigantesco movimento de massas que domina e paralisa a história argentina. 
Recentemente, os dois países passavam por um bom momento econômico graças ao boom de commodities. No entanto, a crise iniciada em 2008 abalou os alicerces dessa relativa prosperidade.
Na Argentina, o kirchnerismo reedita o peronismo, com altíssimos graus de intervenção estatal, antiamericanismo, reversão de privatizações - com a estatização dos fundos de pensão e da petrolífera YPF -, o controle do sistema bancário, a perseguição aos militares, a acentuada sindicalização e greves e, por fim, uma alta inflação.
No Brasil, os movimentos de intervenção estatal na economia são cada vez mais fortes. Os exemplos mais claros são relativos ao pré-sal, à ofensiva de juros contra os bancos e a troca de comando da mineradora Vale. As greves por todo o país mostram a manipulação política dos sindicatos.
Se nas décadas passadas o mimetismo era "espontâneo", hoje as decisões dos atuais governos são tomadas em conjunto, sempre em sintonia fina.
As discordâncias alardeadas não passam de pequenos embates táticos, mas nunca um desacordo verdadeiro em relação à estratégia comum acordada nos fóruns diplomáticos sul-americanos como a Unasul ou o Mercosul, que ecoam as resoluções emitidas pelo Foro de São Paulo.
Esse é um novo "efeito Orloff", que não tem nada de espontâneo.
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Rodrigo Sias é economista do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

TEXTO

"SUGESTÕES PARA A INTELIGÊNCIA DE DEFESA DESTE SÉCULO."

 AUTORES : GENESSI SÁ JUNIOR - RUI MARTINS DA MOTTA

https://docs.google.com/file/d/0Bxf1Wy7BtCqmTUJjM09zN3E0a2c/edit

PERIGO

Irã anuncia pacote militar em resposta a Israel e aos EUA
SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ
O Irã disse na terça ter aumentado sua capacidade de defesa graças a novos mísseis de fabricação nacional e à construção de uma importante base destinada a repelir ataques aéreos contra o país.
Autoridades do regime anunciaram os supostos avanços militares durante a celebração do dia da indústria bélica nacional, numa clara advertência aos arqui-inimigos Israel e EUA, que podem bombardear o Irã.
O presidente Mahmoud Ahmadinejad e o ministro Ahmad Vahidi (Defesa) participaram em Teerã da cerimônia de apresentação oficial de uma versão atualizada do míssil Fateh-110, testado no mês passado.
Segundo militares, o artefato, cujo nome significa "conquistador" em farsi, é mais preciso e eficiente em condições climáticas adversas que versões anteriores.
Ao contrário de outros mísseis capazes, em tese, de atingir Israel, o Fateh tem alcance de 300 km --suficiente para destruir alvos americanos em países vizinhos.
"Não queremos [usar os mísseis] para a conquista e dominação de países vizinhos e do mundo", disse Ahmadinejad, insistindo em que os foguetes têm função de "dissuasão".
Ahmadinejad e Vahidi também acompanharam a apresentação de um lança-morteiros e de um avião que será usado, entre outras coisas, para testes antirradar e simulação de combate.
Em outra cerimônia, no sul do Irã, perto da cidade de Abadeh, autoridades participaram do início da construção de uma base de 200 hectares que será usada como epicentro da defesa antiaérea nacional. O local, que deverá abrigar 6.000 soldados, servirá para treinamento.
As manobras são vistas por analistas como demonstração de autoconfiança do Irã diante do risco de sofrer bombardeios contra seu programa nuclear, que pode ter fins militares, o que Teerã nega.
Embora seja amplamente considerado a única potência nuclear do Oriente Médio, Israel diz encarar o Irã como ameaça existencial.

Portaria regulamenta atuação do Ministério da Defesa nos grandes eventos
Brasília, 21/08/2012 - Foi publicada nesta terça-feira, no Diário Oficial da União, a portaria nº 2.221 do Ministério da Defesa (MD), que estabelece procedimentos para atuação das Forças Armadas nos grandes eventos determinados pela Presidência da República.

As diretrizes vão nortear a participação dos militares na Jornada Mundial da Juventude, que inclui a visita do papa Bento 16, e na Copa das Confederações, no ano que vem, bem como na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, no Rio de Janeiro (RJ).

Pelo documento, o MD está autorizado a realizar o planejamento para o emprego temporário das Forças Armadas nas áreas de defesa aeroespacial, controle do espaço aéreo, defesa marítima, fluvial e portuária, segurança e defesa cibernética, defesa contra terrorismo, fiscalização de explosivos e forças de contingência contra agentes químicos, biológicos, radiológicos ou nucleares.

A portaria também prevê atuação dos militares em ações complementares, quando for o caso, em todas as cidades-sede, durante o período de realização dos grandes eventos.



No âmbito da Defesa, caberá ao Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) criar uma Assessoria Especial para os Grandes Eventos.  O novo setor terá a função de orientar as três Forças – Marinha, Exército e Aeronáutica – para uniformizar a aquisição de equipamentos, bens e sistemas, com a finalidade de manter a interoperabilidade e diminuir custos.

A Assessoria Especial será comandada por um oficial general e trabalhará em sintonia com a Secretaria Extraordinária de Segurança de Grandes Eventos do Ministério da Justiça. Internamente, o setor atuará em parceria com a Secretaria de Coordenação e Organização Institucional (Seori) do Ministério da Defesa.

Pela portaria, o Comando da Marinha indicará coordenadores de defesa de área em Salvador (BA) para a Copas das Confederações, no ano que vem, e para o mundial de futebol, em 2014, na mesma cidade e em Natal.

O Exército terá um general à frente das ações de defesa nas cidades de Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Fortaleza (CE), Recife (PE) e Rio de Janeiro (RJ) na Copa das Confederações. Uma autoridade ficará encarregada de liderar os trabalhos durante a Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá no Rio.

O coordenador também ficará responsável pelo trabalho do Exército em Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Recife (PE), Porto Alegre (RS), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) durante o mundial de 2014, e na capital fluminense no período dos Jogos Olímpicos de 2016.


A Aeronáutica também designará seu coordenador de defesa na cidade de Curitiba (PR) para a Copa do Mundo, em 2014.  Será do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) a responsabilidade pela execução das ações de controle de espaço aéreo durante os grandes eventos.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa

Usina nuclear entra em estado de alerta na Argentina
RIO - A central nuclear Argentina de Atucha 1 entrou em estado de alerta. O pedido foi feito pela Agência de Energia Nuclear da Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento, depois que foram constadas fissuras na estrutura do reator de uma central na Bélgica.
A usina belga foi fechada e todos os reatores construídos pela empresa holandesa RDM vão ser submetidos a uma rigorosa inspeção internacional. A usina de Atucha 1 é a mais antiga da América do Sul. Funciona desde 1974 e fica a apenas cem quilômetros de Buenos Aires.
É uma das 22 centrais nucleares do planeta que contam com um reator construído pela empresa holandesa. As outras ficam na Europa e nos Estados Unidos

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O pacote certo no Estado errado

21/08/12 07:29 | Antoninho Marmo Trevisan - Presidente da Trevisan Escola de Negócios e membro do CDES

É muito bem-vindo o Programa de Investimentos em Logística anunciado pela presidente Dilma Rousseff, pois o vultoso aporte de R$ 133 bilhões e os empreendimentos previstos em rodovias e ferrovias estão bem dimensionados ante o desafio de resgatar nossos graves problemas de infraestrutura.
Também se mostra adequado o modelo de gerenciamento, com a instituição de uma empresa para o seu planejamento e operacionalização.
Como conceito, é igualmente correta a opção pelas parcerias público-privadas (PPPs), com a devida clareza de responsabilidades: cabendo ao governo o planejamento e a fiscalização e à iniciativa privada a execução e operação dos serviços.
Outro aspecto positivo refere-se ao critério básico da licitação, de prevalência da menor tarifa para o transporte de cargas, no caso das ferrovias, e pedágio mais barato, no tocante às rodovias. Também parece pertinente o plano de integração dos distintos meios de transporte em terminais intermodais.
Em termos de concepção, planejamento e modelo de concessões, o pacote lançado pela presidenta é exemplar.
Contudo, como já ocorreu com numerosas outras iniciativas no país, entre elas o Programa de Aceleração do Crescimento(PAC), corre sérios riscos de não se efetivar integralmente, ou pior, concretizar-se num percentual muito baixo em relação ao total dos investimentos previstos.
Explico: para seu pleno sucesso, o plano precisa da adesão dos empresários, mas estes, por mais que reconheçam o potencial de negócios atrelado à infraestrutura, continuam premidos pelo ceticismo crônico que o Estado anacrônico suscita nos investidores.
Burocracia exagerada; necessidade de interagir com cinco, seis ou mais organismos públicos para o desembaraço de autorizações, documentos e procedimentos corriqueiros; incertezas quando à continuidade e conclusão dos projetos, não só em decorrência de barreiras ambientais (às vezes mais realistas do que os próprios conceitos ortodoxos da sustentabilidade), como também devido à conhecida insegurança jurídica; carga tributária muito elevada; e a conhecida cultura de criar dificuldades para vender facilidades.
Tais problemas emperram a relação entre os setores produtivos e o Estado, contrariando a lógica mais contemporânea do capitalismo democrático quanto ao papel governamental de indutor dos investimentos, do crescimento econômico e do desenvolvimento.
Se esses obstáculos não forem removidos, num choque de eficiência da gestão estatal, serão um entrave também para o pertinente e bem elaborado pacote de infraestrutura.
O chamado espírito animal dos empresários não é aguçado apenas pelas boas intenções e programas academicamente irrepreensíveis. Somente desperta e vibra mediante a certeza de que barreiras inadmissíveis na atualidade elevem o risco dos investimentos a patamares radicalmente acima dos padrões razoáveis do capitalismo.
Infelizmente, persistem no Brasil fatores desestimulantes do empreendedorismo. Vamos removê-los?
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Antoninho Marmo Trevisan é presidente da Trevisan Escola de Negócios e  membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República (CDES)


Rússia e China alertam Ocidente após ameaça de Obama à Síria
Os governos da Rússia e da China alertaram o Ocidente nesta terça-feira para que não tome qualquer ação unilateral sobre a Síria, afirmando que Rússia e China concordam que violações às leis internacionais e à Carta da ONU não são permissíveis.
As declarações são feitas após o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ameaçar uma intervenção militar caso o regime do ditador Bashar Assad use armas químicas durante os confrontos com os rebeldes. Essas foram as palavras mais duras de Obama contra o regime sírio desde o início da revolta.
O chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que não vai permitir violações nas decisões do Conselho de Segurança.
"Rússia e China baseiam sua cooperação diplomática na necessidade de seguir estritamente as normas das leis internacionais e os princípios contidos na Carta da ONU, e em não permitir suas violações", disse Lavrov, segundo a agência de notícias Interfax, em encontro com o conselheiro de Estado da China, Dai Bingguo.
"Acredito que este é o único caminho correto nas condições de hoje", disse Lavrov.
Rússia e China se opuseram a intervenções militares na Síria ao longo dos 17 meses de um conflito sangrento entre rebeldes e as tropas leais a Assad.
Os dois países vetaram três resoluções defendidas por Estados árabes e potências ocidentais no Conselho de Segurança da ONU, que aumentariam a pressão sobre Damasco para encerrar a violência.
OBAMA
Na segunda (20), Obama disse que os EUA mudarão sua posição em relação à Siria caso armas químicas ou biológicas sejam utilizadas no conflito entre rebeldes e o ditador Bashar Assad.
"Temos deixado muito claro que para nós há algo decisivo [para uma mudança de posição], que é vermos as armas químicas caírem nas mãos de pessoas erradas", disse Obama.
"Isso mudaria significativamente minha avaliação da situação síria". Ele advertiu que os EUA estão monitorando a situação no país cuidadosamente e já têm preparado diversos planos de contingência.
"Até agora não ordenamos uma ação militar no país, mas se há algo crítico para nós, é a questão das armas químicas e biológicas", enfatizou o presidente.
Ao ser pressionado pelos jornalistas se o uso de armas químicas no país implicaria automaticamente em uma intervenção militar americana, Obama disse que situação na Síria é "muito volátil" e que não é garantido que os EUA recorrerão às forças militares nesse caso.