quarta-feira, 31 de julho de 2013

Rebeldes na RD Congo têm até amanhã para entregar armas, avisa Força de Paz da ONU
31 de julho de 2013 · Destaque



Forças especiais da Tanzânia atuam pela MONUSCO em Sake. Foto: MONUSCO/Sylvain Liechti
A Missão das Nações Unidas de Estabilização na República Democrática do Congo (MONUSCO) afirmou que todos os indivíduos na província de Kivu do Norte que não integram as forças de segurança têm até amanhã (1) para entregar suas armas em uma base da Missão e integrar o processo de desarmamento, desmobilização, repatriamento, reintegração e reassentamento.
“Depois das 16 horas de 1º de agosto, eles serão considerados ameaça iminente de violência física contra civis e a MONUSCO vai tomar todas as medidas necessárias para desarmá-los, incluindo o uso da força de acordo com seu mandato e regras de engajamento”, alerta comunicado emitido nesta terça-feira (30).
Será a primeira vez que a Força de Paz empregará sua brigada de intervenção para garantir uma zona de segurança na província. “Goma e Sake continuam muito vulneráveis e precisamos ter certeza de que elementos negativos não representarão mais riscos para os civis nessa área”, explicou o o comandante da operação, o general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz.
Mais de 1 milhão de civis vivem na relativamente pequena região de Goma e Sake e ao longo da estrada que liga as duas cidades estão campos de deslocados que abrigam temporariamente quase 70 mil pessoas afetadas pelo conflito.
A área tem sido palco de repetidos ataques do Movimento 23 de Março (M23) contra o Exército numa tentativa de tomada da região. “Nesses ataques, o último iniciado em 14 de julho, o M23 tem usado fogo indireto e indiscriminado, incluindo armamento pesado, ferindo civis”, destacou a MONUSCO acrescentando que instalações da ONU também foram alvo.
Ao longo do último ano, o M23 e outros grupos armados enfrentaram o Exército no leste do país. Em novembro, os rebeldes ocuparam brevemente a cidade de Goma. O combate – retomado nos últimos dias agora com apoio de grupos armados baseados em Uganda – deslocou mais de 100 mil pessoas, ampliando a crise humanitária. A região tem cerca de 2,6 milhões de deslocados e 6,4 milhões de pessoas precisam de comida e ajuda emergencial.

PUTIN ; CONCISO E PRECISO

PUTIN : Conciso e preciso
No dia 4 de Fevereiro de 2013, Vladimir Putin, o Presidente Russo, falando à DUMA (Parlamento Russo) fez o seguinte discurso sobre as situações de tensão que se dão com as minorias na Rússia:

 
The politicians in the Duma gave Putin a standing ovation for five minutes.
 "Na Rússia vivem Russos.
Qualquer minoria, seja ela donde for, que queira viver, trabalhar e comer na Rússia, deverá falar Russo e deverá respeitar as leis Russas.
Se preferirem a Lei da Sharia, então avisamo-los para irem para os países onde essa seja a lei do estado.
A Rússia não tem necessidade de minorias.
As minorias é que necessitam da Rússia, e nós não lhes concederemos privilégios especiais, nem tencionamos mudar as nossas leis para ir ao encontro dos seus desejos, não importando quão alto gritarem “discriminação".
Será melhor que aprendamos com os suicídios da América, Inglaterra, Holanda e França, se quisermos sobreviver como nação.
Os costumes e tradições Russas não são compatíveis com a falta de cultura ou os modos primitivos da maior parte das minorias.
Quando este honorável corpo legislativo pensar em criar novas leis, deverá ter em mente em primeiro lugar os interesses nacionais, atendendo que as minorias não são Russas”.

 
Os políticos na DUMA  prestaram a Putin uma estrondosa ovação, de pé, durante 5 minutos.
 

terça-feira, 30 de julho de 2013

GUERRILHEIROS BRASILEIROS NAS FARC

O estudante da UFRJ, Vladimir Machado Bittar e os professores de História Antonio Marcelo Manzoni (foto) e Radamés Sebastão Pereira estão vivos
As Farc do Brasil
Gilberto Nascimento   (gilberto.nascimento@brasileconomico.com.br) 30/07/13 10:00

Um dos comandantes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) que negocia um acordo de paz com o governo colombiano em Cuba, Jesús Santrich, revelou, em conversa com o jornalista Rodrigo Vianna, que vários brasileiros integram as fileiras do grupo armado no país vizinho.
Não disse quantos seriam, nem onde estão exatamente e o que fazem. Alegou questões de segurança. Mas deu uma informação importante: três jovens paulistas que aderiram à guerrilha colombiana entre 2000 e 2002 - o estudante da UFRJ, Vladimir Machado Bittar e os professores de História Antonio Marcelo Manzoni e Radamés Sebastão Pereira - estão vivos.
"Não posso dar mais detalhes. Mas há brasileiros sim e não apenas estes. O que posso dizer é que os três estão vivos".
O Exército e a Polícia Nacional da Colômbia afirmam não ter informações sobre guerrilheiros brasileiros em seu território. O Itamaraty também não tem notícias.
O caso foi investigado no Brasil pela Polícia Federal e Polícia Civil de São Paulo. Em conversas reservadas, militantes de esquerda paulistas falam sobre a presença de vários outros brasileiros nos quadros das Farc.
O caso de Vladimir, Marcelo e Radamés se tornou público porque seus familiares saíram à procura. Os rapazes mantiveram contatos com familiares durante dois anos, depois não deram mais notícias. Os outros que estão na selva colombiana ainda mantêm contatos regulares com a família.
Por isso, ninguém fala sobre o assunto por medo de represálias ou receio de ser monitorado por órgãos de segurança. Estariam ainda nas selvas colombianas ao menos outros dez brasileiros.

BR 163 - Cuiabá / Santarém

As rodovias e a competitividade do país
30/07/13 08:19 | Fernando Crosara - Gerente da regional centro-oeste da ABCP

Segundo o estudo "BR-163: Quebra de Paradigma no Transporte do Comércio Exterior", da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil economizaria até R$ 1,4 bilhão por ano com o transporte de cargas a partir da conclusão dessas obras.
Isso porque os exportadores mudariam a via de exportação para os portos do Norte, uma rota mais curta e mais barata para atingir os mercados globais.
Além de abrir uma nova via para o comércio internacional, aliviando a infraestrutura do Sul do Brasil, a BR-163 tornaria a indústria da região mais competitiva.
Responsável por 52% da safra brasileira de soja (68,2 milhões de toneladas), o Norte de Mato Grosso é obrigado a exportar sua produção pelos portos do Sul e do Sudeste, a rota mais longa. Com a BR-163 em operação, estima-se que 45,5 milhões de toneladas de grãos poderiam ser exportadas pelos portos do Norte.
Iniciada em 1973, a BR-163 tem pavimentado apenas o trecho de Cuiabá à divisa de Mato Grosso com o Pará, no município de Guarantã do Norte. Levantamento da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (APROSOJA) constatou que apenas 49% do trecho paraense está pavimentado.
O restante são quilômetros de buracos e lama, formando um percurso de atoleiros e transtornos para os motoristas que se aventuram no trajeto.
Para rodovias como a BR-163, que concentram grande movimento de carga pesada, com verdadeiros comboios de caminhões, o concreto é a alternativa mais indicada de pavimentação, pois dispensa a necessidade de operações tapa-buracos e recapeamentos frequentes, que elevam o custo de manutenção.
Outro benefício é a economia de combustível para caminhões, principalmente os que transportam grandes cargas, podendo chegar até 20%, além de ser uma das alternativas mais recomendadas para atender às exigências ambientais, cada vez mais rigorosas e determinantes para a aprovação dos projetos.
A visibilidade também é melhor com a aplicação do sistema, pois a coloração clara do pavimento de concreto permite melhor visibilidade e redução do consumo de energia elétrica pública em até 40%, em virtude da maior reflexão da luz.
O concreto proporciona, ainda, melhores condições de segurança ao motorista, pois reduz as distâncias de frenagem, não promove aquaplanagem e reduz a temperatura do ambiente em que está aplicado.
Na própria BR 163, onde ela se sobrepõe à BR 070 e à BR 364, no local denominado Serra de São Vicente, foram pavimentados 19 km de pista dupla em concreto, sendo que este era um dos trechos mais difíceis e perigosos para os caminhoneiros.
Pronto há quase dois anos, apresenta excelentes condições de trafegabilidade. Também está em construção na mesma BR, um trecho de10 km na Serra de Nobres que deverá entrar em operação ainda este ano.
Estão sendo realizados ainda, estudos de viabilidade para utilização do pavimento de concreto nos contornos Norte e Sul de Cuiabá, que devido ao tráfego pesadíssimo que apresentam, também deverão receber o concreto.
Com um projeto adequado e aplicação correta da tecnologia mais indicada para rodovias de tráfego pesado, a BR-163 tem tudo para ser a via de ligação mais importante do Centro-Oeste, direcionando o Brasil para um modelo de infraestrutura que atende à demanda do crescimento do País.
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Fernando Crosara é gerente da regional centro-oeste da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP)

CONGO

Missão da ONU denuncia violações cometidas por rebeldes na República Democrática do Congo
29 de julho de 2013 · Notícias



Refugiados da RDC fogem para Uganda carregando utensílios de cozinha e colchões. Foto: UNHCR/L. Beck
A Missão das Nações Unidas de Estabilização na República Democrática do Congo (MONUSCO) está altamente alarmada por causa de acusações contra o Movimento 23 de Março (M23) por assassinatos, recrutamentos forçados e detenções ilegais de civis e pede acesso de trabalhadores humanitários a áreas controladas pelo grupo rebelde.
“A Missão condena todas as violações de direitos humanos atribuídas aos membros do M23 e reitera o seu apelo ao grupo rebelde para que respeite plenamente os direitos humanos e o direito humanitário internacional”, disse o vice-representante especial do secretário-geral da ONU na RDC, Abdallah Wafy.
A MONUSCO recebeu relatos indicando que dez pessoas foram recrutadas à força pelos combatentes do M23 no dia 22 de julho em Kibumba, província de Kivu do Norte, e que cerca de 20 casas em Kiwanja, no território de Rutshuru, foram saqueadas em 24 de julho também por rebeldes. De acordo com o comunicado divulgado no sábado (27) pela Missão, integrantes do M23 estão envolvidos em violações dos direitos humanos desde 2008.
Os confrontos – retomados recentemente desta vez englobando um grupo de rebeldes baseado em Uganda – deslocou mais de 100 mil pessoas e agravou a crise humanitária já existente na região – que inclui 2,6 milhões de pessoas deslocadas internamente e 6,4 milhões de famintos que necessitados de ajuda de emergência.
A MONUSCO afirmou que, desde meados de julho quando as Forças Armadas e o M23 começaram a se enfrentar, os rebeldes têm impedido o acesso humanitário a algumas cidades e áreas devastadas pelos combates. ”Essas ações do grupo rebelde acontecem em um momento em que muitas pessoas deslocadas dependem da assistência humanitária, de alimentos, abrigo, água, cuidados de saúde e saneamento.”

segunda-feira, 29 de julho de 2013

"AQUECIMENTO GLOBAL É TERRORISMO CLIMÁTICO"

Luiz Carlos Molion

   
"Aquecimento Global é terrorismo climático"
Pesquisador diz que tendência dos próximos anos é o esfriamento da Terra e que efeito estufa é tese manipulada pelos países ricos 

Por RODRIGO RANGEL

O professor Luiz Carlos Molion é daqueles cientistas que não temem nadar contra a corrente. Na Rio 92 (ou Eco 92), quando o planeta discutia o aumento do buraco na camada de ozônio, ele defendeu que não havia motivo para tamanha preocupação.
Numa conferência, peitou o badalado mexicano Mario Molina, mais tarde Nobel de Química, um dos primeiros a fazer o alerta. Agora, a guerra acadêmica de Molion tem outro nome: aquecimento global. Pós-doutor em meteorologia formado na Inglaterra e nos Estados Unidos, membro do Instituto de Estudos Avançados de Berlim e representante da América Latina na Organização Meteorológica Mundial, esse paulista de 61 anos defende com veemência a tese de que a temperatura do planeta não está subindo e que a ação do homem, com a emissão crescente de gás carbônico (CO2) e outros poluentes, nada tem a ver com o propalado aquecimento global. Boa notícia?
Nem tanto, diz. Molion sustenta que está em marcha um processo de resfriamento do planeta. "Estamos entrando numa nova era glacial, o que para o Brasil poderá ser pior", pontifica. Para Molion, por trás da propagação catastrófica do aquecimento global há um movimento dos países ricos para frear o desenvolvimento dos emergentes. O professor ainda faz uma reclamação: diz que cientistas contrários à tese estão escanteados pelas fontes de financiamento de pesquisa.
ISTOÉ -
Com base em que o sr. diz que não há aquecimento global?
LUIZ CARLOS MOLION -
É difícil dizer que o aquecimento é global. O Hemisfério Sul é diferente do Hemisfério Norte, e a partir disso é complicado pegar uma temperatura e falar em temperatura média global. Os dados dos 44 Estados contíguos dos EUA, que têm uma rede de medição bem mantida, mostram que nas décadas de 30 e 40 as temperaturas foram mais elevadas que agora. A maior divergência está no fato de quererem imputar esse aquecimento às atividades humanas, particularmente à queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, e à agricultura, atrás da agropecuária, que libera metano. Quando a gente olha a série temporal de 150 anos usada pelos defensores da tese do aquecimento, vê claramente que houve um período, entre 1925 e 1946, em que a temperatura média global sofreu um aumento de cerca de 0,4 grau centígrado. Aí a pergunta é: esse aquecimento foi devido ao CO2?
ISTOÉ -
Como, se nessa época o homem liberava para a atmosfera menos de 10% do que libera hoje?
LUIZ CARLOS MOLION -
Depois, no pós-guerra, quando a atividade industrial aumentou, e o consumo de petróleo também, houve uma queda nas temperaturas.
ISTOÉ -
Qual seria a origem das variações de temperatura?
LUIZ CARLOS MOLION -
Há dez anos, descobriu-se que o Oceano Pacífico tem um modo muito singular na variação da sua temperatura. Me parece lógico que o Pacífico interfira no clima global. Primeiro, a atmosfera terrestre é aquecida por debaixo, ou seja, temos temperaturas mais altas aqui na superfície e à medida que você sobe a temperatura vai caindo - na altura em que voa um jato comercial, por exemplo, a temperatura externa chega a 45 ou 50 graus abaixo de zero. Ora, o Pacífico ocupa um terço da superfície terrestre. Juntando isso tudo, claro está que, se houver uma variação na temperatura da superfície do Pacífico, vai afetar o clima.
ISTOÉ -
O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, da ONU) está errado?
LUIZ CARLOS MOLION -
O painel não leva em consideração todos os dados. Outra coisa que incomoda bastante, e que o Al Gore [exvice- presidente dos EUA e estrela do documentário Uma verdade inconveniente, sobre mudanças no clima] usa muito, é a concentração de CO2. O IPCC diz claramente que a concentração atingida em 2005, de 339 partes por milhão, ou ppm, foi a maior dos últimos 650 mil anos. Isso é uma coisa ridícula. Eles usam uma série iniciada em 1957 e não fazem menção a medições de concentração de gás carbônico anteriores. É como se nunca ninguém tivesse se preocupado com isso. O aumento de CO2 não é um fenômeno novo. Nos últimos 150 anos, já chegou a 550, 600 ppm. Como é que se jogam fora essas medidas? Só porque não interessam ao argumento? O leigo, quando vê a coisa da maneira que é apresentada, pensa que só começaram a medir nos últimos 50 anos. O Al Gore usou no filme a curva do CO2 lá embaixo há 650 mil anos e, agora, decolando. Ridículo, palhaço.
ISTOÉ -
Esses temores são cíclicos?
LUIZ CARLOS MOLION -
Eu tenho fotos da capa da Time em 1945 que dizia: "O mundo está fervendo." Depois, em 1947, as manchetes diziam que estávamos indo para uma nova era glacial. Agora, de novo se fala em aquecimento. Não é que os eventos sejam cíclicos, porque existem muitos fatores que interferem no clima global. Sem exagero, eu digo que o clima da Terra é resultante de tudo o que ocorre no universo. Se a poeira de uma supernova que explodiu há 15 milhões de anos for densa e passar entre o Sol e a Terra, vai reduzir a entrada de radiação solar no sistema e mudar o clima. Esse ciclo de aquecimento muito provavelmente já terminou em 1998. Existem evidências, por medidas feitas via satélite e por cruzeiros de navio, de que o oceano Pacífico está se aquecendo fora dos trópicos - daí o derretimento das geleiras - e o Pacífico tropical está esfriando, o que significa que estamos entrando numa nova fase fria. Quando esfria é pioLuiz Carlos Molion

   
"Aquecimento Global é terrorismo climático"
Pesquisador diz que tendência dos próximos anos é o esfriamento da Terra e que efeito estufa é tese manipulada pelos países ricos 

Por RODRIGO RANGEL

O professor Luiz Carlos Molion é daqueles cientistas que não temem nadar contra a corrente. Na Rio 92 (ou Eco 92), quando o planeta discutia o aumento do buraco na camada de ozônio, ele defendeu que não havia motivo para tamanha preocupação.
Numa conferência, peitou o badalado mexicano Mario Molina, mais tarde Nobel de Química, um dos primeiros a fazer o alerta. Agora, a guerra acadêmica de Molion tem outro nome: aquecimento global. Pós-doutor em meteorologia formado na Inglaterra e nos Estados Unidos, membro do Instituto de Estudos Avançados de Berlim e representante da América Latina na Organização Meteorológica Mundial, esse paulista de 61 anos defende com veemência a tese de que a temperatura do planeta não está subindo e que a ação do homem, com a emissão crescente de gás carbônico (CO2) e outros poluentes, nada tem a ver com o propalado aquecimento global. Boa notícia?
Nem tanto, diz. Molion sustenta que está em marcha um processo de resfriamento do planeta. "Estamos entrando numa nova era glacial, o que para o Brasil poderá ser pior", pontifica. Para Molion, por trás da propagação catastrófica do aquecimento global há um movimento dos países ricos para frear o desenvolvimento dos emergentes. O professor ainda faz uma reclamação: diz que cientistas contrários à tese estão escanteados pelas fontes de financiamento de pesquisa.
ISTOÉ -
Com base em que o sr. diz que não há aquecimento global?
LUIZ CARLOS MOLION -
É difícil dizer que o aquecimento é global. O Hemisfério Sul é diferente do Hemisfério Norte, e a partir disso é complicado pegar uma temperatura e falar em temperatura média global. Os dados dos 44 Estados contíguos dos EUA, que têm uma rede de medição bem mantida, mostram que nas décadas de 30 e 40 as temperaturas foram mais elevadas que agora. A maior divergência está no fato de quererem imputar esse aquecimento às atividades humanas, particularmente à queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, e à agricultura, atrás da agropecuária, que libera metano. Quando a gente olha a série temporal de 150 anos usada pelos defensores da tese do aquecimento, vê claramente que houve um período, entre 1925 e 1946, em que a temperatura média global sofreu um aumento de cerca de 0,4 grau centígrado. Aí a pergunta é: esse aquecimento foi devido ao CO2?
ISTOÉ -
Como, se nessa época o homem liberava para a atmosfera menos de 10% do que libera hoje?
LUIZ CARLOS MOLION -
Depois, no pós-guerra, quando a atividade industrial aumentou, e o consumo de petróleo também, houve uma queda nas temperaturas.
ISTOÉ -
Qual seria a origem das variações de temperatura?
LUIZ CARLOS MOLION -
Há dez anos, descobriu-se que o Oceano Pacífico tem um modo muito singular na variação da sua temperatura. Me parece lógico que o Pacífico interfira no clima global. Primeiro, a atmosfera terrestre é aquecida por debaixo, ou seja, temos temperaturas mais altas aqui na superfície e à medida que você sobe a temperatura vai caindo - na altura em que voa um jato comercial, por exemplo, a temperatura externa chega a 45 ou 50 graus abaixo de zero. Ora, o Pacífico ocupa um terço da superfície terrestre. Juntando isso tudo, claro está que, se houver uma variação na temperatura da superfície do Pacífico, vai afetar o clima.
ISTOÉ -
O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, da ONU) está errado?
LUIZ CARLOS MOLION -
O painel não leva em consideração todos os dados. Outra coisa que incomoda bastante, e que o Al Gore [exvice- presidente dos EUA e estrela do documentário Uma verdade inconveniente, sobre mudanças no clima] usa muito, é a concentração de CO2. O IPCC diz claramente que a concentração atingida em 2005, de 339 partes por milhão, ou ppm, foi a maior dos últimos 650 mil anos. Isso é uma coisa ridícula. Eles usam uma série iniciada em 1957 e não fazem menção a medições de concentração de gás carbônico anteriores. É como se nunca ninguém tivesse se preocupado com isso. O aumento de CO2 não é um fenômeno novo. Nos últimos 150 anos, já chegou a 550, 600 ppm. Como é que se jogam fora essas medidas? Só porque não interessam ao argumento? O leigo, quando vê a coisa da maneira que é apresentada, pensa que só começaram a medir nos últimos 50 anos. O Al Gore usou no filme a curva do CO2 lá embaixo há 650 mil anos e, agora, decolando. Ridículo, palhaço.
ISTOÉ -
Esses temores são cíclicos?
LUIZ CARLOS MOLION -
Eu tenho fotos da capa da Time em 1945 que dizia: "O mundo está fervendo." Depois, em 1947, as manchetes diziam que estávamos indo para uma nova era glacial. Agora, de novo se fala em aquecimento. Não é que os eventos sejam cíclicos, porque existem muitos fatores que interferem no clima global. Sem exagero, eu digo que o clima da Terra é resultante de tudo o que ocorre no universo. Se a poeira de uma supernova que explodiu há 15 milhões de anos for densa e passar entre o Sol e a Terra, vai reduzir a entrada de radiação solar no sistema e mudar o clima. Esse ciclo de aquecimento muito provavelmente já terminou em 1998. Existem evidências, por medidas feitas via satélite e por cruzeiros de navio, de que o oceano Pacífico está se aquecendo fora dos trópicos - daí o derretimento das geleiras - e o Pacífico tropical está esfriando, o que significa que estamos entrando numa nova fase fria. Quando esfria é pior para nós.
ISTOÉ -
Por que é pior?
LUIZ CARLOS MOLION -
Porque quando a atmosfera fica fria ela tem menor capacidade de reter umidade e aí chove menos. Eu gostaria que aquecesse realmente porque, durante o período quente, os totais pluviométricos foram maiores, enquanto de 1946 a 1976 a chuva no Brasil como um todo ficou reduzida.
ISTOÉ -
No que isso pode interferir na vida do brasileiro?
LUIZ CARLOS MOLION -
As conseqüências para o Brasil são drásticas. O Sul e o Sudeste devem sofrer uma redução de chuvas da ordem de 10% a 20%, dependendo da região. Mas vai ter invernos em que a freqüência de massas de ar polar vai ser maior, provocando uma freqüência maior de geadas. A Amazônia vai ter uma redução de chuvas e, principalmente, a Amazônia oriental e o sul da Amazônia vão ter uma freqüência maior de seca, como foi a de 2005. O Nordeste vai sofrer redução de chuva. O que mais me preocupa é que, do ponto de vista da agricultura, as regiões sul do Maranhão, leste e sudeste do Pará, Tocantins e Piauí são as que apresentam sinais mais fortes. Essas regiões preocupam porque são a fronteira de expansão da soja brasileira. A precipitação vai reduzir e certamente vai haver redução de produtividade. Infelizmente, para o Brasil é pior do que seria se houvesse o aquecimento.


ISTOÉ -
A quem interessaria o discurso do "aquecimento"?
LUIZ CARLOS MOLION -
Quando eu digo que muito provavelmente estamos num processo de resfriamento, eu faço por meio de dados. O IPCC, o nome já diz, é constituído de pessoas que são designadas por seus governos. Os representantes do G-7 não vão aleatoriamente. Vão defender os interesses de seus governos. No momento em que começa uma pressão desse tipo, eu digo que já vi esse filme antes, na época do discurso da destruição da camada de ozônio pelos CFCs, os compostos de clorofluorcarbonos. Os CFCs tinham perdido o direito de patente e haviam se tornado domínio público. Aí inventaram a história de que esses compostos estavam destruindo a camada de ozônio. Começou exatamente com a mesma fórmula de agora. Em 1987, sob liderança da Margaret Thatcher, fizeram uma reunião em Montreal de onde saiu um protocolo que obrigava os países subdesenvolvidos a eliminar os CFCs. O Brasil assinou. Depois, ficamos sabendo que assinou porque foi uma das condições impostas pelo FMI para renovar a dívida externa brasileira. É claro que o interesse por trás disso certamente não é conservacionista.
ISTOÉ -
Mas reduzir a emissão de CFCs não foi uma medida importante?
LUIZ CARLOS MOLION -
O Al Gore no filme dele diz "nós resolvemos um problema muito crucial que foi a destruição da camada de ozônio". Como resolveram, se cientistas da época diziam que a camada de ozônio só se recuperaria depois de 2100? Na Eco 92, eu disse que se tratava de uma atitude neocolonialista. No colonialismo tradicional se colocam tropas para manter a ordem e o domínio. No neocolonialismo a dominação é pela tecnologia, pela economia e, 
agora, por um terrorismo climático como é esse aquecimento global. O fato é que agora a indústria, que está na Inglaterra, França, Alemanha, no Canadá, nos Estados Unidos, tem gases substitutos e cobra royalties de propriedade. E ninguém fala mais em problema na camada de ozônio, sendo que, na realidade, a previsão é de que agora em outubro o buraco será um dos maiores da história.
ISTOÉ -
O sr. também vê interesses econômicos por trás do diagnóstico do aquecimento global?
LUIZ CARLOS MOLION -
É provável que existam interesses econômicos por detrás disso, uma vez que os países que dominam o IPCC são os mesmos países que já saíram beneficiados lá atrás.
ISTOÉ -
Não é teoria conspiratória concluir que há uma tentativa de frear o desenvolvimento dos países emergentes?
LUIZ CARLOS MOLION -
O que eu sei é que não há bases sólidas para afirmar que o homem seja responsável por esse aquecimento que, na minha opinião, já acabou. Em 1798, Thomas Malthus, inglês, defendeu que a população dos países pobres, à medida que crescesse, iria querer um nível de desenvolvimento humano mais adequado e iria concorrer pelos recursos naturais existentes. É possível que a velha teoria malthusiana esteja sendo ressuscitada e sendo imposta através do aquecimento global, porque agora querem que nós reduzamos o nosso consumo de petróleo, enquanto a sociedade americana, sozinha, consome um terço do que é produzido no mundo.
ISTOÉ -
Para aceitar a tese do sr., é preciso admitir que há desonestidade dos cientistas que chancelam o diagnóstico do aquecimento global...
LUIZ CARLOS MOLION -
Eu digo que cientistas são honestos, mas hoje tem muito mais dinheiro nas pesquisas sobre clima para quem é favorável ao aquecimento global. Dinheiro que vem dos governos, que arrecadam impostos das indústrias que têm interesse no assunto. Muitos cientistas se prostituem, se vendem para ter os seus projetos aprovados. Dançam a mesma música que o IPCC toca.
ISTOÉ -
O sr. se considera prejudicado por defender a linha oposta?
LUIZ CARLOS MOLION -
Na Eco 92, eu debati com o Mario Molina, que foi quem criou a hipótese de que os clorofluorcarbonos estariam destruindo o ozônio. Ele, em 1995, virou prêmio Nobel de Química. E o professor Molion ficou na geladeira. De 1992 a 1997 eu não fui mais convidado para nenhum evento internacional. Eu tinha US$ 50 mil que o Programa das Nações Unidas havia repassado para fazer uma pesquisa na Amazônia e esse dinheiro foi cancelado.
ISTOÉ -
O cenário que o sr. traça inclui ou exclui o temor de cidades litorâneas serem tomadas pelo aumento do nível dos oceanos?
LUIZ CARLOS MOLION -
Também nesse aspecto, o que o IPCC diz não é verdade. É possível que, com o novo ciclo de resfriamento, o gelo da Groenlândia possa aumentar e pode ser até que haja uma ligeira diminuição do nível do mar.
ISTOÉ -
Pela sua tese, seria o começo de uma nova era glacial?
LUIZ CARLOS MOLION -
Como já faz 15 mil anos que a última Era Glacial terminou, e os períodos interglaciais normalmente são de 12 mil anos, é provável que nós já estejamos dentro de uma nova era glacial. Obviamente a temperatura não cai linearmente, mas a tendência de longo prazo certamente é decrescer, o que é mau para o homem. Eu gostaria muito que houvesse realmente um aquecimento global, mas na realidade os dados nos mostram que, infelizmente, estamos caminhando para um resfriamento. Mas não precisa perder o sono, porque vai demorar uns 100 mil anos para chegar à temperatura mínima. E quem sabe, até lá, a gente não encontre as soluções para a humanidade.

r para nós.
ISTOÉ -
Por que é pior?
LUIZ CARLOS MOLION -
Porque quando a atmosfera fica fria ela tem menor capacidade de reter umidade e aí chove menos. Eu gostaria que aquecesse realmente porque, durante o período quente, os totais pluviométricos foram maiores, enquanto de 1946 a 1976 a chuva no Brasil como um todo ficou reduzida.
ISTOÉ -
No que isso pode interferir na vida do brasileiro?
LUIZ CARLOS MOLION -
As conseqüências para o Brasil são drásticas. O Sul e o Sudeste devem sofrer uma redução de chuvas da ordem de 10% a 20%, dependendo da região. Mas vai ter invernos em que a freqüência de massas de ar polar vai ser maior, provocando uma freqüência maior de geadas. A Amazônia vai ter uma redução de chuvas e, principalmente, a Amazônia oriental e o sul da Amazônia vão ter uma freqüência maior de seca, como foi a de 2005. O Nordeste vai sofrer redução de chuva. O que mais me preocupa é que, do ponto de vista da agricultura, as regiões sul do Maranhão, leste e sudeste do Pará, Tocantins e Piauí são as que apresentam sinais mais fortes. Essas regiões preocupam porque são a fronteira de expansão da soja brasileira. A precipitação vai reduzir e certamente vai haver redução de produtividade. Infelizmente, para o Brasil é pior do que seria se houvesse o aquecimento.


ISTOÉ -
A quem interessaria o discurso do "aquecimento"?
LUIZ CARLOS MOLION -
Quando eu digo que muito provavelmente estamos num processo de resfriamento, eu faço por meio de dados. O IPCC, o nome já diz, é constituído de pessoas que são designadas por seus governos. Os representantes do G-7 não vão aleatoriamente. Vão defender os interesses de seus governos. No momento em que começa uma pressão desse tipo, eu digo que já vi esse filme antes, na época do discurso da destruição da camada de ozônio pelos CFCs, os compostos de clorofluorcarbonos. Os CFCs tinham perdido o direito de patente e haviam se tornado domínio público. Aí inventaram a história de que esses compostos estavam destruindo a camada de ozônio. Começou exatamente com a mesma fórmula de agora. Em 1987, sob liderança da Margaret Thatcher, fizeram uma reunião em Montreal de onde saiu um protocolo que obrigava os países subdesenvolvidos a eliminar os CFCs. O Brasil assinou. Depois, ficamos sabendo que assinou porque foi uma das condições impostas pelo FMI para renovar a dívida externa brasileira. É claro que o interesse por trás disso certamente não é conservacionista.
ISTOÉ -
Mas reduzir a emissão de CFCs não foi uma medida importante?
LUIZ CARLOS MOLION -
O Al Gore no filme dele diz "nós resolvemos um problema muito crucial que foi a destruição da camada de ozônio". Como resolveram, se cientistas da época diziam que a camada de ozônio só se recuperaria depois de 2100? Na Eco 92, eu disse que se tratava de uma atitude neocolonialista. No colonialismo tradicional se colocam tropas para manter a ordem e o domínio. No neocolonialismo a dominação é pela tecnologia, pela economia e, 
agora, por um terrorismo climático como é esse aquecimento global. O fato é que agora a indústria, que está na Inglaterra, França, Alemanha, no Canadá, nos Estados Unidos, tem gases substitutos e cobra royalties de propriedade. E ninguém fala mais em problema na camada de ozônio, sendo que, na realidade, a previsão é de que agora em outubro o buraco será um dos maiores da história.
ISTOÉ -
O sr. também vê interesses econômicos por trás do diagnóstico do aquecimento global?
LUIZ CARLOS MOLION -
É provável que existam interesses econômicos por detrás disso, uma vez que os países que dominam o IPCC são os mesmos países que já saíram beneficiados lá atrás.
ISTOÉ -
Não é teoria conspiratória concluir que há uma tentativa de frear o desenvolvimento dos países emergentes?
LUIZ CARLOS MOLION -
O que eu sei é que não há bases sólidas para afirmar que o homem seja responsável por esse aquecimento que, na minha opinião, já acabou. Em 1798, Thomas Malthus, inglês, defendeu que a população dos países pobres, à medida que crescesse, iria querer um nível de desenvolvimento humano mais adequado e iria concorrer pelos recursos naturais existentes. É possível que a velha teoria malthusiana esteja sendo ressuscitada e sendo imposta através do aquecimento global, porque agora querem que nós reduzamos o nosso consumo de petróleo, enquanto a sociedade americana, sozinha, consome um terço do que é produzido no mundo.
ISTOÉ -
Para aceitar a tese do sr., é preciso admitir que há desonestidade dos cientistas que chancelam o diagnóstico do aquecimento global...
LUIZ CARLOS MOLION -
Eu digo que cientistas são honestos, mas hoje tem muito mais dinheiro nas pesquisas sobre clima para quem é favorável ao aquecimento global. Dinheiro que vem dos governos, que arrecadam impostos das indústrias que têm interesse no assunto. Muitos cientistas se prostituem, se vendem para ter os seus projetos aprovados. Dançam a mesma música que o IPCC toca.
ISTOÉ -
O sr. se considera prejudicado por defender a linha oposta?
LUIZ CARLOS MOLION -
Na Eco 92, eu debati com o Mario Molina, que foi quem criou a hipótese de que os clorofluorcarbonos estariam destruindo o ozônio. Ele, em 1995, virou prêmio Nobel de Química. E o professor Molion ficou na geladeira. De 1992 a 1997 eu não fui mais convidado para nenhum evento internacional. Eu tinha US$ 50 mil que o Programa das Nações Unidas havia repassado para fazer uma pesquisa na Amazônia e esse dinheiro foi cancelado.
ISTOÉ -
O cenário que o sr. traça inclui ou exclui o temor de cidades litorâneas serem tomadas pelo aumento do nível dos oceanos?
LUIZ CARLOS MOLION -
Também nesse aspecto, o que o IPCC diz não é verdade. É possível que, com o novo ciclo de resfriamento, o gelo da Groenlândia possa aumentar e pode ser até que haja uma ligeira diminuição do nível do mar.
ISTOÉ -
Pela sua tese, seria o começo de uma nova era glacial?
LUIZ CARLOS MOLION -
Como já faz 15 mil anos que a última Era Glacial terminou, e os períodos interglaciais normalmente são de 12 mil anos, é provável que nós já estejamos dentro de uma nova era glacial. Obviamente a temperatura não cai linearmente, mas a tendência de longo prazo certamente é decrescer, o que é mau para o homem. Eu gostaria muito que houvesse realmente um aquecimento global, mas na realidade os dados nos mostram que, infelizmente, estamos caminhando para um resfriamento. Mas não precisa perder o sono, porque vai demorar uns 100 mil anos para chegar à temperatura mínima. E quem sabe, até lá, a gente não encontre as soluções para a humanidade.