segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Entrevista

Roberto Frenkel diz que real precisa da desvalorização

Brasil Econômico   Ana Paula Grabois e Octávio Costa (redacao@brasileconomico.com.br)
30/09/13 09:20

"Com o dólar mais alto, a economia vai crescer mais rápido e haverá maior expansão do emprego”, diz Frenkel. Foto: Carlo Wrede
Para um dos mais respeitados economistas da América Latina, o crescimento do país depende da moeda ser desvalorizada
Aos 70 anos, o argentino Roberto Frenkel é um dos mais respeitados economistas da América Latina. Diretor da pós-graduação em Mercado de Capitais da Universidade de Buenos Aires e do Cedes (Centro de Estudos do Estado e da Sociedade), sempre teve uma postura independente e se dedicou mais à vida acadêmica. Mas, pelo notório saber, assessorou o Ministério da Economia de seu país e prestou consultoria a governos de Colômbia, Uruguai, Bolívia e Venezuela.
Na semana passada, Frenkel esteve no Rio para participar de um seminário sobre a governança financeira, um dos temas de sua especialidade, e recebeu o Brasil Econômico. Na entrevista advertiu: "Com a moeda apreciada, a indústria brasileira continuará a enfrentar dificuldades para exportar e a sofrer com a concorrência dos importados".
Como o sr. vê a situação dos emergentes? Falava-se maravilhas dos Brics, agora se olha para esses países com uma visão bastante crítica. O que mudou?
Houve um vento a favor na década passada para uma parte desses países. Mas alguns países da América Central para o Norte nada têm a ver com isso. A melhora dos termos de troca que, para uns, foi vento a favor, para eles foi negativo. A América Central e o México estão ligados à economia norte-americana e também têm que tirar fora os países bálticos e a Turquia, que têm a ver com o desenvolvimento na zona europeia. O restante se beneficiou com melhores termos de troca - os preços de exportação são basicamente a causa do rápido crescimento de China e Índia - e taxas de juros muito baixas.
Depois da crise, os bancos centrais do mundo desenvolvido deixaram os juros muito baixos, principalmente nos EUA. Isso está mudando e tem que mudar. Já teve uma queda dos preços de exportação, particularmente metais e minérios, e uma queda mais leve nos alimentos. Houve uma reação de curto prazo porque os mercados financeiros tinham a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) iria começar a endurecer a política monetária, o que não aconteceu.
Mas os mercados acusaram o golpe, de qualquer forma...
É verdade. Houve um aumento da taxa de juros e saída de capitais dos países antes favorecidos, que seriam prejudicados. Houve impacto de curto prazo, que vai se reverter em parte. E fica claro que isso vai acontecer. A retirada dos estímulos não ocorreu agora, pode ser em 2014. O que tem aí é mais incerteza do que outra coisa, porque o que se espera é o crescimento mais lento dos investimentos e isso fará com que os preços dos metais, por exemplo, não recuperem os níveis de 2006, 2007 ou 2008. Mas esse movimento foi muito especulativo: os capitais saíam do mercado financeiro e passavam para o mercado futuro de commodities.
Também havia uma demanda muito forte da China por essas commodities, não?
Agora a situação é outra. Espera-se que o investimento da China cresça menos. Mas não é certo que os preços dos alimentos vão continuar a cair. Se é verdade que o consumo interno vai se expandir mais rápido na China, isso fará com que os preços dos alimentos continuem demandados. No geral, há um princípio de ajuste nos países emergentes. Refiro-me à América do Sul, especificamente, porque é exportadora de produtos minerais e agrícolas, como os países do Pacífico, o Brasil e a Argentina.
Já é possível prever qual será o tamanho desse ajuste?
Trabalhei muito tempo no estudo das crises e concluí que não vai ter crise. Os países têm dívida externa muito baixa. Como tiveram superávit em conta corrente durante cinco, seis anos, isso reduziu significativamente a dívida externa em relação às exportações e ao PIB. Agora, há déficit de conta corrente em quase todos os países da região. Até 2008, eram todos superavitários, exceto a Colômbia, que nunca teve superávit de conta corrente. Na Argentina, já não é um problema de mercado, pois há controle de importações. Não sabemos como seria se deixassem o mercado operar com o câmbio. Do lado positivo, a dívida é muito baixa. O efeito é muito menor do que no final dos anos 90, porque o déficit em conta corrente atual é diferente e os juros são muito inferiores. Os juros da dívida são pagos cash através dos bancos internacionais. A componente principal é em pagamento de serviços das empresas estrangeiras, consequência do investimento externo que a região teve nos anos 2000 e antes. Isso dá mais flexibilidade no curto prazo. Se há problemas de liquidez internacional, há mais margem de manobra. Esse déficit em conta corrente tem sido financiado não com dívida, mas com investimento estrangeiro direto, o que não vai mudar.
Quando o Fed anunciou que em algum momento haverá a retirada dos estímulos à economia dos EUA, viu-se um impacto imediato no câmbio...
Quando os Estados Unidos adotaram o Quantitative Easing, o ministro Guido Mantega cunhou uma frase muito famosa ("Temos que evitar a guerra cambial"). Após dois anos falando em guerra cambial, não dá para se mostrar preocupado com saída de capital e desvalorização cambial. Ele deve se decidir: ou você se queixa da pressão vendedora no mercado cambial e diz que isso é um problema por causa da política monetária norte-americana; ou, quando essa política muda, afirma que há um problema. As duas coisas juntas são contraditórias.
O Brasil não deveria se preocupar tanto com o câmbio?
Nesse grupo dos países da América do Sul há uma grande apreciação cambial, o que foi reconhecido pela funcionária do Ministério do Planejamento nos debates do seminário. Ela disse que todos, e o Brasil também, temos muita apreciação cambial, somos muito caros em dólar, perdemos muito em competitividade. Em 2002 e 2003, os países da América do Sul tiveram o câmbio real mais alto desde os anos 90. Temos um câmbio sustentado no fluxo de capitais e no superávit de conta corrente, agora menor. É uma situação diferente, antes do anos 90 tínhamos regimes cambiais muito rígidos, o real tinha um câmbio quase fixado. A Argentina tinha a conversibilidade, a Colômbia tinha regras, o Peru estava com câmbio mais flexível desde 1992. Após a crise asiática de 1998, todos adotaram o câmbio flexível, com intervenção discricional dos bancos centrais. Todos os países fazem isso, as únicas exceções são os ingleses, a zona do euro e os EUA. O Japão intervém, a Suíça também. De alguma forma, os países fazem isso, mas têm um grau de liberdade que não existia e quase todos acumularam reservas.
O quadro mais confortável permite uma política mais flexível?
Sem dúvida, a situação externa é bastante robusta, não me lembro de outro período com essa robustez. Os países têm reservas suficientes para intervir. Particularmente, o Brasil conta com US$ 370 bilhões. É possível, porém, acomodar uma desvalorização. Na verdade, tem que fazer a desvalorização. Gera inflação, mas basta que o governo tome medidas para contê-la.
O BC do Brasil tem um calendário de leilões para manter esse câmbio. O senhor concorda com essa apreciação cambial?
Não concordo. Se Guido Mantega se queixava que, por causa da guerra cambial, o real estava se apreciando excessivamente, devia aproveitar que o mercado está jogando para o outro lado para desvalorizar a moeda. Era o que se estava pedindo.
Seria bom para as exportações?
Tem que fazer um ajuste do setor externo. Se vai ter menos entrada de capital, como vai financiar? Consumindo reservas? Vai continuar com baixa competitividade? Os países resistem e não é só o Brasil. Na Argentina, é caricatural, tem um mercado cambial reprimido, controlado. O paralelo tem uma diferença de 65% sobre o comercial. Claro que tem um problema, mas não faz sentido você se queixar da parte boa do problema anterior. Havia muito ingresso de capital e, agora, um choque externo negativo. Por enquanto, o Fed continua comprando US$ 85 bilhões ao mês. Mas os governos não querem desvalorizar porque o povo não gosta disso. Quem gosta de desvalorização? Desvalorizar é sempre má notícia. É boa para o crescimento, mas é má notícia no curto prazo.
A moeda forte sempre foi bem-vinda...
Todo mundo adora apreciação cambial. Os salários reais sobem, os preços dos comercializáveis caem em relação aos serviços e aos salários, os produtos industriais ficam mais baratos e há perda de competitividade. As pessoas têm mais poder aquisitivo para comprar bens industriais, a classe média viaja ao exterior, compra barato em Miami e em Paris e a inflação baixa. O principal mecanismo da queda de inflação no Brasil, no Chile e no Peru foi a apreciação cambial, isso está estudado econometricamente. O próprio Nelson Barbosa (ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda) fez um estudo que mostra que a principal explicação para a queda da inflação no Brasil foi a apreciação cambial.
Qual o benefício da desvalorização?
A economia vai crescer mais rápido e vai ter maior expansão do emprego e mais proteção às importações. No Brasil, isso é muito importante porque o país era um grande exportador de produtos industriais.
Qual é o efeito sobre o emprego?
Está comprovado em muitos países que o câmbio alto aumenta a relação emprego/PIB. O custo da mão de obra em dólar cai e a indústria tende a incorporar uma tecnologia mais intensiva em mão de obra.
Em sua opinião, então, para o Brasil ter uma taxa de crescimento maior, a desvalorização do real é necessária?
A taxa de crescimento baixa está muito ligada à questão cambial, à apreciação cambial. Se não existe demanda para a indústria é porque a demanda interna está canalizada para as importações, com produtos mais baratos e melhores. A indústria, nesse ambiente, não tem expectativa de crescimento do mercado e não vai investir.
Mas como fica a questão da inflação com a desvalorização?
Tem impacto na inflação, nos custos. Mas basta fazer política para enfrentar isso. Obviamente, não é uma boa notícia no curto prazo. O impacto do câmbio mais alto leva um tempo para acelerar o crescimento, enquanto o impacto inflacionário é imediato. Por isso os governos não gostam da desvalorização. Teria de fazer política fiscal, é mais complicado que a mera ortodoxia dos bancos centrais.
O Banco Central aumentou a taxa de juros para combater a inflação, mas os preços subiram por causa dos alimentos. Seria um erro do BC?
É importante saber de qual inflação se trata para fazer a política monetária. Tem que levar em conta os salários e a produtividade. Se o salário sobe mais do que a produtividade, temos inflação. E isso não está expresso aqui no Brasil. Nos países da Europa, sim. Lá, como o salário sobe acima da produtividade, provoca inflação do euro. É preciso adotar política fiscal, o que é complicado porque há muita alocação orçamentária fixa. O grau de liberdade federal é reduzido, mas isso não quer dizer que não se possa fazer. A mudança internacional vai acontecer e os países terão de se acomodar a ela. A Argentina tem 25% de inflação agora e terá de desvalorizar significativamente o peso. O Brasil parte de 6% de inflação, não é o Chile, que, com menos de 2%, tem um ponto de partida muito bom para desvalorização. Inflação de 6% é mais alta, mas também não são os 25% da inflação argentina. O Brasil pode usar suas reservas, pode se endividar no exterior, mas não é recomendável crescer pouco com endividamento externo.
O governo está apostando muito no projeto de concessões de infraestrutura. Esse investimento pode ser uma alavanca do crescimento além do câmbio? Aplica-se, no caso, a visão keynesiana?
Acontece que keynesianismo nos trópicos ou nos pampas não é keynesianismo num país com emissão de moeda própria. Nos EUA é uma coisa, aqui é diferente. Quando o pessoal fica desconfiado da situação do sistema financeiro, o que faz? Compra títulos do sistema financeiro, como nos EUA, ou compra dólar? Compra dólar. Isso é completamente diferente, esse tema faz com que as economias do ponto de vista macroeconômico sejam muito diferentes. Nos EUA, quando o setor público gasta, não piora a situação do endividamento do setor privado. Aqui, sim, porque tem que colocar a dívida no mercado doméstico. Mais dívida pública faz subir a taxa de juros e tem o efeito de reduzir o investimento privado.
Mas é oportuno um grande plano de investimentos agora?
Seria bom que fosse acompanhado da desvalorização, mas aí teremos um problema: o aumento do gasto público quando se precisa controlar o gasto para impedir a aceleração da inflação. São decisões que o governo tem que tomar. Investimento em infraestrutura é uma política de longo prazo, leva anos e tem que ter continuidade. Não se faz uma represa ou se explora o pré-sal porque é preciso aumentar os gastos este ano. Não tem muito a ver com política macroeconômica de curto prazo. Com isso, deve-se ter outras políticas mais contracionistas em outras áreas. Gastar é popular, seja em investimentos, seja em subsídios. Mas contrair o gasto para compensar o efeito inflacionário da desvalorização não é popular.
Os governos estão tentando adiar e não dar más notícias. Usa reservas, no caso brasileiro, e espera que Deus ajude, no caso argentino. Os países que mais cresceram são aqueles que adotaram câmbio competitivo, não conheço experiência de país que se desenvolveu com câmbio apreciado. A discussão poderia ser se o câmbio depreciado é suficiente, mas não se é necessário. Às vezes, o câmbio está apreciado e não tem como combater. Pode subsidiar com o BNDES, mas nada compensa um câmbio tão apreciado. Não se pode subsidiar a indústria o tempo todo, não há dinheiro.
Mesmo com a desvalorização, tudo indica que a China continuará uma ameaça à indústria nacional.
Mas a China está fazendo uma mudança que é conveniente para nossos países, está se voltando mais para o mercado interno e vai elevar o salário real. Portanto, nossas condições de competitividade estão melhorando. Argentina e Brasil não têm problema só com a China, também têm com o México. Não conseguimos sequer manter as importações de carro do México, nem competir com outros países da região. E o México não está superdesvalorizado, mas o Brasil, sim. A Argentina conseguia manter a competitividade porque o Brasil e o Chile estavam com a moeda apreciada. Mas o câmbio nominal caiu, sob a responsabilidade do BC, num contexto de inflação acelerando. Tentar desvalorizar era complicado, então decidiram ancorar a inflação. Na Argentina, em 2010 e em 2011, os preços subiram 54% em dois anos, os salários mais de 60% e o câmbio, 12%. E depois desses dois anos, 54% votaram na Cristina Kirchner para presidente de novo. Todo mundo adora populismo cambial!
Agora, será mais difícil manter essa política por causa da tendência de os investimentos irem para EUA, Europa e o Japão?
Mas não estávamos pedindo isso? O ministro não dizia que o Quantitative Easing prejudicava o real? Seria bom para a gente se os EUA se recuperassem, porque vai incrementar a demanda externa de importações. Se você tem grande parte do mercado mundial, como os EUA e a Europa, estancado ou crescendo muito pouco, as possibilidades de exportação são muito limitadas. E a possibilidade de defender o mercado interno também, porque eles vão vender a preços de liquidação aqui. As empresas europeias vão tentar exportar o máximo possível, por não ter demanda doméstica. É isso que os alemães estão fazendo agora.
Mas o investimento direto nos emergentes pode cair?
Temos muitas empresas estrangeiras e, se a economia cresce, esses lucros são reinvestidos na própria expansão das empresas. Se a economia está crescendo, parte desses lucros é reinvestida localmente. Essa empresa que teve lucros decidiu fazer uma nova planta, mas não houve movimentos pelo mercado cambial, só o registro contábil. Boa parte da entrada de capitais é em reinvestimento de lucros. Isso é bom, é uma situação externa menos frágil que antes.
Muitos criticam a ênfase que o Brasil dá ao Mercosul... O Mercosul atrapalha o Cone Sul?
Eu sou argentino, tenho que defender a Argentina. O Mercosul nunca foi o eixo da política econômica nem no Brasil, nem na Argentina. Ninguém tomou seriamente o cuidado de fazer a política macroeconômica que pressupõe um acordo de integração. Por exemplo, no começo da década de 2000, os dois países tinham câmbio real alto, com crescimento em aceleração. Não seria o momento de coordenar a política cambial? Uma política de integração industrial, energética, econômica? Tudo que se fala, não se faz. Naquele momento, fiz a proposta de não comprometer câmbios nominais, mas pelo menos acordar que os dois países se comprometessem a manter o câmbio real. O que importa em termos de comércio entre os dois países é o câmbio real, não o nominal.
O sr. acha que o Brasil perdeu excelente oportunidade de fortalecer a economia, como disse a revista "The Economist"?
Não foi só o Brasil, foi a região toda. A coisa é mais discutível na área do Pacífico. A economia chillena, por exemplo, se concentrou na exportação de cobre. O preço caiu e acabou com a indústria. O Chile fez substituição de importações de manufaturados, com câmbio alto, nos anos 80, e acabou com tudo isso. Agora, vai ter que ajustar, mas não tem indústria para reagir. Pelo menos, eles têm inflação muito baixa e cresceram rápido. No Brasil e na Argentina, tivemos um boom com uma renda extraordinária. E distribuímos essa renda no consumo - não na produção, nem em infraestrutura.
Mas agora a prioridade é exatamente para a infraestrutura.
É. E temos uma vantagem. Pelo menos, não geramos dívida externa como no passado, é mais fácil de ajustar. Na verdade, Brasil e Argentina são parecidos, embora muito diferentes na forma. A situação da inflação no Brasil é mais favorável, mas, por outro lado, tem mais dívida pública interna que a Argentina. Pelo lado da fragilidade financeira, é um exagero falar de possibilidade de crise. O FMI errou profundamente na previsão da crise financeira dos EUA. O Fundo tinha economistas que alertavam, mas não fez nada. E agora está obsessivo com a crise financeira. Olha para nossa região e diz: "Cuidado, crise financeira!". Aqui, as crises sempre tiveram ligação com crises externas. E o boom de crédito tem a ver com financiamento de capitais e financiamento dos bancos. E os bancos centrais adotaram regulação prudencial e os sistemas financeiros aqui estão mais robustos. E o país tem US$ 370 bilhões de reservas. Não vejo risco de crise

AMAZÔNIA

Comandante militar da Amazônia defende adoção de política específica para desenvolvimento da região

Brasília, 27/09/2013 – O comandante militar da Amazônia, general-de-exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, destacou a importância da região para a população brasileira e defendeu a adoção de uma política específica para a Amazônia. Segundo ele, colocando a região como foco, é possível implementar projetos que possibilitem seu desenvolvimento.

A manifestação do oficial ocorreu durante exposição na manhã desta sexta-feira, no auditório do Ministério da Defesa (MD), em Brasília (DF). Segundo Villas Bôas, a Amazônia é relevante para o país sob vários aspectos: recursos naturais, integração com países sul-americanos e solução para alguns problemas futuros, como a escassez de água.

Presente à palestra, o ministro da Defesa, Celso Amorim, concordou com o general e completou: “Isso exige atenção do governo. É preciso ter uma discussão maior e uma ação integrada sobre o tema”.



Villas Bôas explicou que as iniciativas conjuntas têm que levar em consideração os setores humano, ambiental, de ciência e tecnologia e econômico. Tudo para que as cerca de 23 milhões de pessoas que vivem na Amazônia (o que corresponde a 12,7% da população total do país) possam ser melhor assistidas. “A presença do Estado é fraca na região”, disse. “Existem lugares onde, muitas vezes, as Forças Armadas são as únicas instituições que conseguem levar assistência à população, principalmente auxílio médico”.

O comandante afirmou, no entanto, que a Marinha, o Exército e a Aeronáutica não devem atuar como substitutos de outras entidades públicas na região, mas sim como suporte para que essas instituições e seus profissionais possam exercer suas funções. “Um dos grandes desafios da Amazônia é fazer com que sua realidade seja conhecida pelas pessoas”, finalizou.

Pan-Amazônia

Ao longo de sua explanação, o general Villas Bôas explicou o conceito de “Pan-Amazônia”. A palavra faz referência aos países que dividem parte de seu território com a região, como é o caso do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. Ao todo, a delimitação geográfica do conceito é de 7,5 milhões de km², sendo que 65% disso são brasileiros.

De acordo com Villas Bôas, a “Pan-Amazônia” possibilita papel de destaque no processo de integração junto às nações vizinhas. Sobre este assunto, o ministro Celso Amorim, enfatizou que, na Defesa, a cooperação com os países da América do Sul é a melhor dissuasão.

Ao lado do ministro, estiveram presentes o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri; o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general José Elito Siqueira; e o secretário-geral do MD, Ari Matos Cardoso. A palestra também contou com a participação de outros oficiais das três Forças e de autoridades de diversos ministérios que possuem iniciativas e projetos ligados à Amazônia.

Fotos: Jorge Cardoso
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
Operação Felino: ministro Amorim assiste a exercício militar da CPLP e reforça a importância de laços entre os países

Itaóca (ES), 27/09/2013 – O ministro da Defesa, Celso Amorim, esteve nesta quinta-feira (26), na área de apoio administrativo da Marinha do Brasil, em Itaóca, no Espírito Santo, onde assistiu ao exercício militar da “Operação Felino”, que envolveu os Carros Lagarta Anfíbios (CLAnf) da Armada brasileira.

A operação, que começou no dia 16 de setembro, foi comandada pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), do Ministério da Defesa, em conjunto com as Forças Armadas das nações da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em uma Força Tarefa Conjunta e Combinada (FTCC).



O ministro destacou que a operação militar serve para estreitar as relações entre os países de língua portuguesa. “A língua é um importante meio de aproximação e esta atividade serve para cooperações bilaterais”, enfatizou Amorim.

Ainda segundo o ministro, a “amizade entre os povos de língua portuguesa é profunda e de confiança”. Celso Amorim elogiou a qualidade dos exercícios e declarou que a visita servia, para ele, como mais um aprendizado enriquecedor. O ministrou lembrou que em 1989 participou das primeiras tratativas para a criação da CPLP.

Amorim conheceu as instalações da “Base Felina”, no Espírito Santo, que segue os moldes da brasileira, “Rachel de Queiroz”, no Haiti. Cerca de 230 militares da “Operação Felino” embarcarão, em novembro, para a missão de paz no Haiti.

Na visita, o ministro da Defesa estava acompanhado do chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi; do comandante de Operações Navais, Luís Fernando Palmer Fonseca; do comandante da Força Tarefa Conjunta Combinada (FTCC) da “Operação Felino”, almirante Paulo Zuccaro; do coordenador da Operação, almirante Washington Gomes da Luz Filho, além dos chefes de Estados-Maiores dos países membros da CPLP.


Fotos: Felipe Barra
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
Para conhecimento, reflexão e tomada de posição com relação ao futuro de nosso país.



O QUE ACONTECEU?


 
A primeira nação da América espanhola, incluindo a Espanha e Portugal, que utilizou máquinas e barcos a vapor foi Cuba em 1829.

A primeira nação da América Latina e a terceira no mundo (atrás da Inglaterra e dos EUA), a ter uma ferrovia foi Cuba, em1837.

Foi um cubano que primeiro aplicou anestesia com éter na América Latina em 1847.

A primeira demonstração, a nível mundial, de uma indústria movida a eletricidade foi em Havana, em 1877.

Em 1881, foi um médico cubano, Carlos J. Finlay, que descobriu o agente transmissor da febre amarela e definiu sua prevenção e tratamento.

O primeiro sistema elétrico de iluminação em toda a América Latina (incluindo Espanha) foi instalado em Cuba, em1889.

Entre 1825 e 1897, entre 60 e 75% de toda a renda bruta que a Espanha recebeu do exterior vieram de Cuba.

Antes do final do Século XVIII Cuba aboliu as touradas por considerá-las "impopulares, sanguinárias e abusivas com os animais".

O primeiro bonde que circulou na América Latina foi em Havana em 1900.

Também em 1900, antes de qualquer outro país na América Latina foi em Havana que chegou o primeiro automóvel.

A primeira cidade do mundo a ter telefonia com ligação direta (sem necessidade de telefonista) foi em Havana, em 1906.

Em 1907, estreou em Havana o primeiro aparelho de Raios-X em toda a América Latina. Em 19 maio de 1913 quem primeiro realizou um vôo em toda a América Latina foram os cubanos Agustin Parla e Rosillo Domingo, entre Cuba e Key West, que durou uma hora e quarenta minutos.

O primeiro país da América Latina a conceder o divórcio a casais em conflito foi Cuba, em 1918.

O primeiro latino-americano a ganhar um campeonatomundial de xadrez foi o cubano José Raúl Capablanca, que, por sua vez, foi o primeiro campeão mundial de xadrez nascido em um país subdesenvolvido. Ele venceu todos os campeonatos mundiais de 1921-1927.

Em 1922, Cuba foi o segundo país no mundo a abrir uma estação de rádio e o primeiro país do mundo a transmitir um concerto de música e apresentar uma notícia pelo rádio.

A primeira locutora de rádio do mundo foi uma cubana: Esther Perea de la Torre. Em 1928, Cuba tinha e 61 estações de rádio, 43 deles em Havana, ocupando o quarto lugar no mundo, perdendo apenas para os EUA, Canadá e União Soviética. Cuba foi o primeiro no mundo em número de estações por população e área territorial.

Em 1937, Cuba decretou pela primeira vez na América Latina, a jornada de trabalho de 8 horas, o salário mínimo e a autonomia universitária.

Em 1940, Cuba foi o primeiro país da América Latina a ter um presidente da raça negra, eleita por sufrágio universal, por maioria absoluta, quando a maioria da população era branca. Ela se adiantou em 68 anos aos Estados Unidos.

Em 1940, Cuba adotou a mais avançada Constituição de todas as Constituições do mundo. Na América Latina foi o primeiro país a conceder o direito de voto às mulheres, igualdade de direitos entre os sexos e raças, bem como o direito das mulheres trabalharem.

O movimento feminista na América Latina apareceu pela primeira vez no final dos anos trinta em Cuba. Ela se antecipou à Espanha em 36 anos, que só vai conceder às mulheres espanholas o direito de voto, o posse de seus filhos, bem como poder tirar passaporte ou ter o direito de abrir uma conta bancária sem autorização do marido, o que só ocorreu em 1976.

Em 1942, um cubano se torna o primeiro diretor musical latino-americana de uma produção cinematográfica mundial e também o primeiro a receber indicação para o Oscar norte-americano. Seu nome: Ernesto Lecuona.

O segundo país do mundo a emitir uma transmissão pela TV foi Cuba em1950. As maiores estrelas de toda a América, que não tinham chance em seus países, foram para Havana para atuarem nos seus canais de televisão.

O primeiro hotel a ter ar condicionado em todo o mundo foi construído em Havana: o Hotel Riviera em 1951.

O primeiro prédio construído em concreto armado em todo o mundo ficava em Havana: O Focsa, em 1952.

Em 1954, Cuba tem uma cabeça de gado por pessoa. O país ocupava a terceira posição na América Latina (depois de Argentina e Uruguai) no consumo de carne per capita.

Em 1955, Cuba é o segundo país na América Latina com a menor taxa de mortalidade infantil (33,4 por mil nascimentos).

Em 1956, a ONU reconheceu Cuba como o segundo país na América Latina com as menores taxas de analfabetismo (apenas 23,6%). As taxas do Haiti era de 90%; e Espanha, El Salvador, Bolívia, Venezuela, Brasil, Peru, Guatemala e República Dominicana 50%.

Em 1957, a ONU reconheceu Cuba como o melhor país da América Latina em número de médicos per capita (1 por 957 habitantes);, com o maior percentual de casas com energia elétrica, depois Uruguai; e com o maior número de calorias (2870) ingeridas per capita.

Em 1958, Cuba é o segundo país do mundo a emitir uma transmissão de televisão a cores.

Em 1958, Cuba é o país da América Latina com maior número de automóveis (160.000, um para cada 38 habitantes). Era quem mais possuía eletrodomésticos. O país com o maior número de quilômetros de ferrovias por km2 e o segundo no número total de aparelhos de rádio.

Ao longo dos anos cinqüenta, Cuba detinha o segundo e terceiro lugar em internações per capita na América Latina, à frente da Itália e mais que o dobro da Espanha.

Em 1958, apesar da sua pequena extensão e possuindo apenas 6,5 milhões de habitantes, Cuba era 29ª economia do mundo.

Em 1959, Havana era a cidade do mundo com o maior número de salas de cinema: (358batendo Nova York e Paris, que ficaram em segundo lugar e terceiro, respectivamente.

E depois o que aconteceu?

Veio a Revolução... comunista... e hoje... Resta o desespero de uma população faminta, sem liberdade nem mesmo de abandonar o país, sem dignidade, onde a atividade que mais emprega é a prostituição.

Esse mesmo regime que destruiu CUBA é o projeto petista para o Brasil.

O pior é que, por desconhecimento, muitos ainda apoiam essa situação.
ACORDA BRASIL !!!

 







sexta-feira, 27 de setembro de 2013


VANT regional da Unasul será de tamanho mediano


Brasília, 26/09/2013 – Sem especificar dimensões, representantes da União de Nações Sul-americanas (Unasul) definiram, em reunião realizada em Brasília, que será de “tamanho mediano” o veículo aéreo não-tripulado (VANT) a ser desenvolvido regionalmente pelos países do subcontinente.

A aeronave será usada em missões de reconhecimento e cartografia, podendo atuar tanto em apoio a atividades de defesa civil – na ocorrência de acidentes naturais, por exemplo – quanto em atividades estritamente militares, para seleção de alvos e avaliação de danos após ataques de artilharia.

Durante o encontro, a delegação brasileira apresentou proposta de plano de trabalho para os próximos sete anos, nos quais serão avaliados o modelo empresarial do projeto de VANT, a divisão de tarefas e custos e os detalhamentos dos requisitos a serem adotados.

Os representantes de outros países membros da Unasul contribuíram com novas considerações e sugestões sobre as características do sistema regional. Foi o caso da delegação argentina, que sugeriu que os aspectos relacionados à simulação e ao treinamento sejam incluídos como parte do programa de desenvolvimento do VANT.

A representação do Ministério da Defesa brasileiro destacou que a preparação do VANT–Unasul é um marco da cooperação e integração regional e fortalecimento da base industrial de defesa sul-americana.

Estão previstos para o próximo ano três encontros do grupo de trabalho responsável pelo desenvolvimento do VANT–Unasul, dando prosseguimento ao projeto.



Foto: Tereza Sobreira
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)

 

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Ipea: Lei Maria da Penha não reduz homicídios contra a mulher no Brasil
Pesquisa do instituto mostra que taxa de feminicídios no País em 2011, cinco anos após a criação da lei, superou a de 2001
O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta quarta-feira, 25, mostrou que a Lei Maria da Penha não diminuiu as taxas de mortalidade das mulheres por agressão no Brasil. O levantamento revela que a proporção de feminicídios por 100 mil mulheres em 2011 (5,43) superou o patamar visto em 2001 (5,41). A lei, de agosto de 2006, criou uma série de medidas de proteção e tornou mais rigorosa a punição contra a violência doméstica.

Comparando a taxa de mortes por agressão nos períodos anteriores e posteriores à lei, a pesquisa do Ipea também constatou um retrocesso. De 2001 a 2006, foi verificada uma taxa de 5,28 feminicídios por 100 mil mulheres, praticamente a mesma encontrada entre 2007 e 2011, de 5,22.
O Ipea estima que no período de 2001 a 2011 ocorreram mais de 50 mil feminicídios no Brasil, o que equivale a, aproximadamente, 5 mil mortes por ano. Acredita-se que grande parte desses óbitos foram decorrentes de violência doméstica e familiar contra a mulher, uma vez que aproximadamente um terço deles tiveram o domicílio como local de ocorrência.
Método. O instituto esclarece que não existem estimativas nacionais sobre a proporção de mulheres que são assassinadas por parceiros no Brasil. Por esse motivo, foi considerado no estudo a total de óbitos de mulheres por agressões, um indicador aproximado do número de feminicídios. Os dados foram colhidos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Ainda segundo o Ipea, os parceiros íntimos são os principais assassinos de mulheres, sendo responsáveis por aproximadamente 40% de todos os homicídios no mundo. Essa proporção é de 6% entre os homens assassinados pelas parceiras.
O estudo conclui que há a "necessidade de reforço às ações previstas na Lei Maria da Penha, bem como a adoção de outras medidas voltadas ao enfrentamento à violência contra a mulher, à efetiva proteção das vítimas e à redução das desigualdades de gênero no Brasil". A entidade defende a aprovação de projetos de lei apresentados no relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher, em agosto. Entre as principais medidas, está a tipificação do feminicídio como qualificador do crime de homicídio, agravante que aumentaria a pena do agressor.
A Lei. A Lei Maria da Penha estabelece que todo o caso de violência doméstica em uma família é crime, que deve ser apurado por inquérito policial e remetido ao Ministério Público. O nome é uma homenagem à biofarmacêutica cearense Maria da Penha Fernandes, de 68 anos, vítima de duas tentativas de homicídios por parte do ex-marido em 1983. O professor colombiano Marco Antonio Heredia Viveros, pegou 8 anos de prisão e ficou 2 na cadeia.
A lei também proíbe a aplicação de penas pecuniárias - de multa - aos agressores, amplia a pena de um para até três anos de prisão e determina o encaminhamento das mulheres em situação de violência, assim como de seus dependentes, a programas e serviços de proteção e de assistência social.
Balanço. Relatório da CPMI da Violência contra a Mulher,apresentado á presidente Dilma Rousseff na comemoração do aniversário da Lei Maria da Penha, mostrou que nos últimos 30 anos, 92 mil mulheres foram assassinadas no País. Segundo a comissão, o número coloca o Brasil na sétima colocação em homicídios praticados contra mulheres no mundo.
A comissão também ofereceu 73 recomendações de políticas para o governo e 14 propostas de mudanças na legislação, entre elas a inclusão do feminicídio como agravante do crime de homicídio e a inclusão da violência doméstica na Lei de Crimes de Tortura.